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Fronteira nova para o agronegócio

O fato mais importante da virada do semestre foi o lançamento do plano de financiamento da safra agrícola brasileira 2009/2010


OPINIÃO - O fato mais importante da virada do semestre foi o lançamento do plano de financiamento da safra agrícola brasileira 2009/2010. Uma "boa nova" que não se via há muitos anos.

O anúncio foi feito no momento próprio, dando o tempo adequado a que até setembro, quando se inicia o cultivo no centro-sul, os agricultores tenham um pouco de tranquilidade para escolher os produtos que vão plantar, a área que deverão utilizar e os recursos de crédito que poderão contratar. A agricultura teve períodos muito difíceis com o clima na última safra, custos dos principais insumos, gastos elevados com os transportes devido ao estado da infraestrutura e tendo de enfrentar ainda a incompreensão generalizada de ambientalistas incapazes de compreender o papel dos produtores de alimentos.

Três outros fatores estão trazendo de volta o ânimo ao setor. Em primeiro lugar, a substancial ampliação dos volumes e do uso de novos instrumentos de crédito: serão R$ 107,5 bilhões, um crescimento de 37% do valor dos financiamentos em relação à safra anterior; as prioridades são a agricultura empresarial de médio porte, a agricultura familiar e as cooperativas.

O segundo fator foi a fixação dos preços mínimos de garantia para um total de 33 culturas, com reajustes de até 65% , dentre outras arroz, milho, soja, leite e mandioca e a extensão para 39 produtos do seguro do risco climático.

O terceiro fator, talvez o mais importante, foi o retorno da utilização do Banco do Brasil como o principal instrumento de realização de políticas públicas.

Neste caso do suporte à agricultura, era essencial que o "Bancão" assumisse de novo o papel que já exerceu com a maior competência, quando ajudou o Brasil a expandir a fronteira agrícola e a conquistar a sua autonomia alimentar. O governo demonstrou grande discernimento ao garantir os quase R$ 40 bilhões para as operações de crédito rural do Banco do Brasil, pois ele tem a maior experiência de todo o setor, possui um quadro profissional de alta competência e conhecedor dos rincões produtivos de nosso país.

Esse volume de crédito representa um crescimento de 30% sobre o valor das operações realizadas na safra passada. Do total, R$ 9,4 bilhões serão destinados à agricultura familiar e R$ 30,1 bilhões, aos empréstimos às cooperativas e aos demais produtores de alimentos.

O momento é agora, os preços agrícolas estão reagindo e os agricultores aos poucos vão recuperando o entusiasmo com a moderação no crescimento nos custos de alguns dos principais insumos da produção.

Eles voltam a se animar com os sinais de preocupação que o governo vem dando ao processo de reanimação do setor, o mais profundamente agredido desde a supressão abrupta do crédito em setembro do ano passado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou pessoalmente o grau de importância que dá ao problema quando compareceu e discursou na solenidade de lançamento do Plano de Safra no dia 22 último, em Londrina.

Ele deixou Brasília para anunciar as boas notícias diretamente aos agricultores paranaenses, na companhia do ministro Reinhold Stephanes, que foi o grande batalhador dentro do governo para o aumento dos recursos do crédito à produção agropecuária.

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