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Fruticultura irrigada deve crescer 13% no Ceará


O agronegócio do Ceará, puxado pela fruticultura, começa o ano embalado em boas perspectivas. A área irrigada deve crescer 13% e as exportações, 40%, para US$ 35 milhões. "A fruticultura está se profissionalizando e desperta interesse de novos investidores, inclusive grandes grupos empresariais", diz Sérgio Baima, gerente de informações agrícolas da Secretaria da Agricultura e Pecuária do Estado (Seagri).

Com isso, o Ceará vai aumentar sua participação nas vendas externas de frutas. Em quatro anos, o estado aumentou sua participação de 1,2% para 6,4% no ano passado.

Esse crescimento foi alavancado pelo aumento do interesse na produção de abacaxi MD2, o cultivo de melão - principal item da pauta de exportações do estado - e a banana. "A área está crescendo de tal forma que em dois anos o Ceará será o maior exportador de banana do Brasil", diz Baima. Em 2005 serão cultivados 800 hectares, área que deve saltar para 1,5 mil hectares em 2006, quando o estado estará exportando 200 mil toneladas da fruta.

Aumento de área:

No perímetro Irrigado Baixo Acaraú, zona norte do estado, e a cerca de 250 quilômetros de Fortaleza, a Bonafrux Agrícola, especializada em orgânicos, colheu 160 toneladas em 2004, resultado de 8 hectares cultivados de melão - 100% para exportação.

O presidente da empresa, Luís Flávio Martins Pinto, planeja aumentar a área plantada para 24 hectares. A expansão vai incluir uma área experimental para sapoti e abacaxi, além de tomate. "O mercado mundial de orgânicos movimenta cerca de US$ 30 bilhões por ano e queremos ampliar nossa participação", afirma. A "packing house", específica para frutas orgânicas, em fase final de construção, já precisa ser ampliada, diz.

A Del Monte, que cultiva 640 hectares do abacaxi Gold, no município de Limoeiro do Norte, região do Baixo Jaguaribe, pretende exportar pelo menos US$ 10 milhões este ano e chegar a US$ 20 milhões em 2007, ou 4,5 milhões de caixas de 18 quilos. Em 2004, foram US$ 6 milhões ou 1,5 milhão de caixas.

Baima acredita na expansão da irrigação. Ele aposta que em 2007 a área irrigada chegue a 46,8 mil hectares, diante dos 18,04 mil hectares de 1999, quando o estado começou a apostar na técnica. O Valor Básico de Produção estimado para 2007 seria de R$ 527 milhões, com exportações de US$ 79,4 milhões em frutas frescas.

Baima garante que existe ânimo para levar adiante novos projetos. Basta ver que a área total plantada de frutas irrigadas no Ceará saltou para 30,9 mil, ano passado, quando em 2003 era de 26,7 mil hectares. A expansão foi possível em razão dos investimentos em infra-estrutura para fortalecer o desenvolvimento do setor e atrair novos recursos. Entre os investimentos estão a construção do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza e do Terminal Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante.

Baima prevê expansão das áreas de projetos em Tabuleiros de Russas e do Baixo Acaraú. A região conta com os primeiros 55 quilômetros - de um total de 255, 9 quilômetros - do Canal da Integração, que vai transpor águas do açude Castanhão, por gravidade, por toda a extensão, fazendo a integração entre as bacias do Vale do Jaguaribe e as da região metropolitana de Fortaleza. A primeira fase, em operação desde operação desde 17 de dezembro, liga o Castanhão, em Nova Jaguaribara, ao de Curral Velho, em Morada Nova, com a transferência das águas por 13 mil hectares. O projeto global deverá ser concluído no final de 2006.

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