Em protesto que reuniu três mil fumicultores ontem em Santa Cruz do Sul, a Comissão do Fumo da Fetag entregou ao Sindifumo documento pleiteando um bônus aos produtores que entregaram sua produção seguindo orientação das fumageiras e receberam o preço de tabela. Também foram reivindicados insumos a preços compatíveis com a realidade do mercado, em virtude das oscilações do dólar. O presidente da Afubra, Hansi Gralow, prefeitos e deputados estaduais também estiveram no encontro. Uma comissão de negociação estará reunida com representantes das indústrias no dia 2 de junho.
A Fetag alega que as fumageiras se negaram a conceder aumento aos fumicultores durante as negociações, o que poderia acarretar o comprometimento do pagamento da safra. Conforme a federação, o tratamento da indústria à questão compromete o sistema integrado, trazendo prejuízos às 170 mil famílias que vivem da atividade. O presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, calcula que 80% de produtores foram orientados pelos classificadores das fumageiras a entregar tabaco pelo preço de tabela. 'Os R$ 62,85 acertados em fevereiro para a arroba do fumo de melhor qualidade ficaram abaixo do preço praticado nas últimas semanas, quando as empresas chegaram a pagar R$ 80,00. 'Não estamos condenando os preços mais altos, mas a injustiça cometida contra os fumicultores que entregaram o fumo mais cedo.'
O presidente do Sindifumo, Cláudio Henn, disse que encaminhará relatório com os pedidos às empresas do setor. Nesta safra, diz, a situação é atípica devido às perdas com problemas climáticos e alguns produtores receberam valores acima do estipulado/ Para o deputado Heitor Schuch (PSB), o desequilíbrio deve ser corrigido através do pagamento adicional a todos os fumicultores que venderam o fumo pelo preço de tabela.