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Fumicultor gaúcho espera uma boa classificação

Os fumicultores estão apreensivos em relação ao preço do tabaco para a safra 2010/2011


Os fumicultores estão apreensivos em relação ao preço do tabaco para a safra 2010/2011. No entanto, uma das maiores preocupações é quanto à comercialização do produto. O argumento é de que não adianta ter um preço reajustado, se na hora da compra não houver uma boa classificação. Conforme o presidente do Sindicato Rural de Santa Cruz e diretor da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Marco Antônio dos Santos, todos aspiram vender por um preço melhor, mas também por uma classe melhor. A opinião do lider sindical é compartilhada pela maioria dos produtores da região.

Em Santa Cruz, na localidade de Boa Vista, o produtor Fernando Carlos Hauth, de 70 anos, e seu genro Flademir Helfer, de 37, acreditam que a indefinição do preço não é tão problemática quanto a questão da compra. De acordo com Helfer, muitos produtores estão comercializando o tabaco com a classificação abaixo da ideal. “Não resolve aumentar o preço e rebaixar a classe do fumo”, desabafa. Com a colheita na reta final, eles estão com medo de iniciar a venda das 400 arrobas de tabaco. “A pior coisa que tem é trabalhar a safra toda e ter prejuízo na hora da venda.”

Em Ferraz, interior de Vera Cruz, o produtor Ademir Laurer, de 56 anos, conta que a colheita dos 50 mil pés já está praticamente concluída. Esta semana, ele vendeu um pouco do fumo para cobrir despesas da propriedade, mas se diz preocupado quanto ao futuro da safra. “É complicado ficar com a produção estocada sem saber o que esperar.” Laurer acredita que o reajuste pedido pelas entidades é positivo, mas reforça que melhor ainda é conseguir a classificação adequada. “Infelizmente, muitas vezes o produtor deixa de ganhar dinheiro na negociação”, lamenta.

REAJUSTE

No início da semana, após deliberações na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), as entidades representativas dos produtores definiram um novo percentual de reajuste. A comissão quer 11,32% sobre os preços do último acordo firmado na safra anterior. Ainda na segunda-feira, as lideranças recepcionaram as empresas JTI e Philip Morris e repassaram a proposta. As demais fumageiras receberão o documento até o final desta semana.

Segundo o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, a expectativa é de que até o final de janeiro o setor já tenha uma definição em relação ao valor do tabaco para a safra 2010/2011. Até lá, os produtores continuam negociando a colheita a partir das tabelas praticadas pelas empresas no último ciclo. “Quando o reajuste for definido, os produtores receberão a complementação desses valores”, explica.

Werner argumenta que o grupo que negocia o preço do produto trabalha em busca do melhor para o fumicultor. Por isso, todos os detalhes foram bem analisados até que se chegasse ao percentual estipulado – que corresponde ao Índice Geral do Preço de Mercado (IGP-M), apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2010. Além disso, a intenção é garantir a assinatura de um protocolo e a adoção de uma tabela única. “É uma proposta irrecusável.”

Hoje, é um anseio da categoria voltar a ter uma tabela única para a negociação do produto. Segundo ressalta, assim como em outras culturas, o tabaco também deve ter um preço mínimo. A preocupação é evitar que a rentabilidade das famílias produtoras seja comprometida.

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