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Fumicultor gaúcho está preocupado com a indefinição do preço

Há um silêncio completo por parte das empresas no tocante ao preço


A colheita do fumo da safra 2010/11 está em ritmo acelerado no interior de Santa Cruz do Sul e dos demais municípios produtores. No entanto, o preço a ser pago pelas indústrias continua indefinido, o que tem deixado os plantadores preocupados.

Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são os de mais trabalho na propriedade da família Stoelben, de Linha João Alves. Com o fumo no ponto de colheita, Paulo Stoelben e o filho Marcelo, com a ajuda de quatro peões, começam a jornada nas primeiras horas da manhã e só param quando anoitece. Nesta terça-feira, colheram três carretões de tabaco, costuraram as folhas nas varas e colocaram para secagem na estufa. Em meio ao serviço, a questão do preço sempre aparece. “O trabalho é muito pesado. Se ao menos a gente tivesse a garantia de um bom preço, tudo seria melhor”, desabafa Paulo.

Ano passado, eles plantaram 80 mil pés. Com um rendimento abaixo do esperado, nesta safra reduziram para 45 mil. Segundo

Marcelo, não adianta plantar grandes quantidades, pois o custo aumenta muito. “Esta cultura quase não compensa, ainda mais com toda esta enrolação na fixação do preço.” Com área livre, pai e filho aumentaram o plantio do milho e passaram a engordar algumas cabeças de gado para abate.

Paulo disse que os produtores estão preocupados não só com a indefinição do preço, mas também com as notícias de que a safra vai ser grande. “Quando tem fumo sobrando, a indústria castiga mais.” No ano passado, obtiveram a média de R$ 100,00 por arroba.

SILÊNCIO

A preocupação dos Stoelben é a mesma da Associação dos Fumicultores do Brasil. O secretário Romeu Schneider, que também é diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra, disse que há um silêncio completo por parte das empresas no tocante ao preço. A próxima reunião entre as partes, para a busca de um entendimento, está marcada para o dia 17, em Santa Cruz. Até lá, o clima de intranquilidade vai persistir.

De acordo com ele, não são apenas os produtores que estão ansiosos, mas também os comerciantes, os prestadores de serviço, as indústrias e outros. “Seguidamente nos perguntam sobre o preço. A gente sabe que, quando entra o dinheiro do fumo, toda a cadeia produtiva é estimulada.”

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