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Fumicultor prevê faturar mais na atual safra

A expectativa do setor é que a produtividade e a qualidade da lavoura seja maior


Os fumicultores estimam faturar mais na safra 2006/07, que está em plena colheita, devido às boas condições climáticas. A expectativa do setor é que a produtividade e a qualidade da lavoura seja maior, estimulando preços mais remuneradores.

Segundo o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher, em 2005, o fumicultor obteve uma das piores rendas dos últimos anos, devido principalmente, à rigidez da indústria nos critérios de classificação das folhas de tabaco, fator que não deve se repetir nesta safra, uma vez que o clima está mais favorável à lavoura.

No entanto, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), Iro Schünke, a atual safra de fumo começará a ser comprada pela indústria a partir de dezembro, inicialmente, pelos mesmos preços praticados na safra passada. Isso porque a negociação do valor definitivo do tabaco acontecerá em janeiro de 2007.

Segundo o levantamento do custo de produção, realizado pela Afubra, para safra 2006/07 - que serve como parâmetro para a comercialização do fumo - o preço médio do tabaco ficou em R$ 4,33 o quilo, 1,22% maior que o auferido na safra anterior, de R$ 4,27.

O aumento foi influenciado, segundo Drescher, pelo encarecimento da mão-de-obra, que responde pelo maior peso no custo de produção. Entretanto, o custo médio por hectare, que também faz parte da planilha de custo de produção do fumo, caiu 1,4% para R$ 9,08 mil nesta safra, influenciado pela redução de 7,2% dos preços dos suprimentos agrícolas que foram influenciados pela depreciação do dólar ante o real. "A baixa do dólar influenciou a compra dos produtos importados. Esse comportamento foi inverso ao ocorrido na safra anterior, ocasião em que os insumos foram adquiridos com dólar alto, mas na hora da venda o câmbio já estava depreciado’’, explica Drescher.

As associações representantes dos fumicultores criticam os critérios adotados pela indústria para calcular o custo de produção do tabaco, fator que provoca divergências entre as partes a cada safra. As indústrias utilizam a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para corrigir o valor da mão-de-obra, enquanto os produtores usam a pesquisa de campo para tal finalidade. "Isso gera uma diferença expressiva e ocorre há três anos consecutivos, interferindo no valor final do quilo do fumo ou no preço por hectare", disse o dirigente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Sérgio Miranda.

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