Fumicultor quer reajuste de 15% na safra 2006/07
Do outro lado, a indústria espera comprar o produto pelo preço que vigorou na safra passada
Os fumicultores da região Sul do País, considerada um pólo fumageiro, querem um reajuste de pelo menos 15% na tabela de preço na safra 2006/07. O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Laurindo Dreschel, diz que os produtores querem estabelecer um valor que garanta a lucratividade e cubra o custo de produção. "Queremos uma margem de lucro que nos possibilite um ganho real", disse.
Do outro lado, a indústria espera comprar o produto pelo preço que vigorou na safra 2005/06, quando a classe B01, considerada a melhor, foi vendida a R$ 5,81. Na ocasião, houve um reajuste de 4%, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em novembro, as partes fizeram um acordo de antecipar o início da comercialização - de janeiro para dezembro - com o mesmo preço praticado na safra anterior. A intenção da indústria é estender a medida para toda a safra.
"As empresas começaram a comprar o produto (em dezembro) com a mesma tabela de preço aplicada na safra passada com todo esforço e dificuldade. Isso já dá um indicativo (das limitações da indústria em aplicar novos reajustes)", disse o presidente Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), Iro Schünke. Até agora, as empresas, como Souza Cruz e Phillips Morris, já adquiriram cerca de 2% da produção estimada em 715 mil toneladas.
O executivo ressalta ainda que, desde meados do ano passado, a indústria vem tentando incentivar os produtores a investir na boa qualidade e no aumento da produtividade do fumo. O objetivo, segundo ele, é fazer com que os fumicultores alcancem receita melhor.
Ele diz ainda que a qualidade do produto nas últimas safras tem ficado abaixo das expectativas, o que faz elevar os estoques remanescentes. Fora isso, o dólar desvalorizado vem prejudicando a rentabilidade das empresas. As partes realizarão a primeira reunião de negociação de preço no dia 30 deste mês.