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Fumicultores iniciam plantio do tabaco

Para a safra 2018/2019, a expectativa é que os 4.320 produtores do município mantenham a área plantada de 9.120 hectares


Se nas linhas de produção das fumageiras ainda há muito tabaco para ser beneficiado, são poucos os galpões do interior onde é possível encontrar fumo seco estocado. Mas mesmo que a comercialização da safra 2017/2018 esteja em andamento, nas propriedades o próximo ciclo de produção já começou.

Na maior parte de Venâncio Aires, o transplante das mudas está no início. Para a safra 2018/2019, a expectativa é que os 4.320 produtores do município mantenham a área plantada de 9.120 hectares. A informação é da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Segundo o tesoureiro da entidade, Marcílio Drescher, a orientação da Afubra é a mesma dos últimos anos: que os produtores evitem aumentar a produção. 'Um dos motivos é o mesmo que vale para qualquer produto. No mercado, se há muita oferta, não há valorização. E também temos que considerar a tendência mundial de diminuição no consumo do cigarro', destaca.

Embora ainda esteja na fase inicial da pesquisa para avaliar a atual safra em termos de quantidade e qualidade, a estimativa da Afubra é de que a produção alcance 18.825 toneladas em Venâncio Aires. 'Isso tende a ser mantido para 2018/2019. Nossa sugestão é para que os produtores sigam as recomendações técnicas dos orientadores das empresas e não plantem mais que a capacidade de mão de obra da família', ressalta Drescher.

Antecipação no preparo dos canteiros

As condições favoráveis do clima, com dias mais quentes, mexeram um pouco no calendário dos produtores. Segundo o instrutor de produção de tabaco, Luis Carlos Willms, nesta safra houve uma antecipação no preparo dos canteiros por grande parte dos produtores. 'Devido ao clima, a muda acelerou o crescimento, forçando o produtor a antecipar, até antes do previsto por ele, o preparo da lavoura.'

Ainda conforme Willms, a época ideal, para a região, seria de que o plantio se concentrasse entre 10 de agosto e 10 de setembro. Por isso, a empresa em que o instrutor trabalha considera cedo os meses de junho e julho, já que é uma época com grandes riscos de geada. 'Embora o tabaco tolere um pouco o frio, já tivemos lavouras comprometidas devido à formação da geada. E como atualmente a produção de mudas é no sistema floating, isto limitou o número de mudas disponíveis, já que a maioria produz mudas somente com pequena reserva', explica.

A mesma quantidade há três safras

Um exemplo de canteiros cheios e com mudas bem desenvolvidas está na propriedade de Jorge Roberto de Quadros, em Linha Coronel Brito, interior de Venâncio Aires. Ele também irá antecipar o transplante para as lavouras, o que deve ocorrer dia 15 de julho, 10 dias antes em relação ao ano passado. 'As mudas nasceram em dias mais quentes e isso fez com que elas se desenvolvessem mais rápido', conta, confirmando a explicação técnica do instrutor ouvido pela reportagem. Depois disso, o produtor estima que a colheita deve iniciar cerca de 75 dias após o plantio, no fim de setembro.

Quadros irá novamente cultivar 50 mil pés de tabaco, a mesma quantidade pela terceira safra consecutiva. Conforme o fumicultor, que mantém a casa, a esposa e um filho de seis anos com a produção de fumo, se diminuir, a renda não é suficiente. Se aumentar, não tem garantias de valorização. 'O que tem é incerteza, porque não importa a quantidade se não tiver qualidade e valorização na hora da compra.'

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