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Furlan anuncia aumento da meta das exportações para US$ 8 bilhões


O bom desempenho das exportações brasileiras nos primeiros quatro meses do ano fez com que o governo revisse, para cima, a meta de crescimento das exportações para 2003, afirmou ontem (28-04), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. “Hoje podemos colocar com tranqüilidade que a nossa meta de US$ 6 bilhões de crescimento das exportações para este ano ficou acanhada. Estamos elevando para US$ 8 bilhões”, anunciou o ministro.

De acordo com Furlan, o primeiro quadrimestre de 2003 deverá fechar com crescimento de quase US$ 4 bilhões das exportações brasileiras. Ele informou também que a nova meta deverá promover a criação de 600 mil novos empregos e um crescimento da ordem de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

O resultado das exportações agrícolas, principalmente de soja e derivados, é o principal fator para a revisão da meta. “Pelo menos US$ 2,5 bilhões virão do agronegócio”, observou o ministro. Outro ponto importante é a parcial recuperação da economia da Argentina, um dos principais compradores dos produtos brasileiros que deverá render ao país uma receita de US$ 1 bilhão. “Estamos mantendo a média [das exportações brasileiras para a Argentina] acima de US$ 100 milhões a cada mês”, disse Furlan, destacando também o desempenho dos setores automotivo, que está registrando crescimento de 20%, e de papel e celulose, acima de 30%.

O ministro informou que as importações deverão fechar o mês de abril com um crescimento acima de 4%. “Eu imagino que as importações poderão atingir, no segundo semestre, até 10% de crescimento”, acrescentou. Este percentual vai se contrapor à previsão de 12% a 13% de crescimento das exportações. “Ainda assim, vamos estar gerando um superávit [comercial] maior que o do ano passado”, explicou Furlan.

Todas as previsões, segundo o ministro, levam em conta uma cotação do dólar no patamar dos R$ 3,00 em média. “Estamos trabalhando com um câmbio que esteja em média, no restante do ano, no nível atual”, disse Furlan. O ministro participou de encontro com empresários promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) e falou sobre as perspectivas para o comércio exterior.

Ele informou que no mês de abril, o Banco do Brasil dobrou a verba mensal destinada ao financiamento das exportações. “O Banco do Brasil, a nosso pedido, está colocando recursos adicionais, este mês, de financiamento à exportação para pequenas e médias empresas e, com isso, vai fechar o mês com US$ 700 milhões de financiamento às exportações. É o recorde da história do Banco”, disse Furlan. Normalmente, segundo o ministro, o valor mensal empregado pelo BB para financiar exportações é de US$ 350 milhões a US$ 400 milhões.

Furlan acrescentou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá disponibilizar fundos adicionais para financiamento das exportações, no valor de US$ 500 milhões, com recursos do FAT Cambial. O pedido para a liberação desse adicional já foi feito ao conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Jacques Wagner. “As exportações estão crescendo acima de 20% e precisam de recurso adicional, além de regularizar linhas de crédito e de bancos que tinham se retirado do mercado e agora estão voltando”, explicou.

Sobre o núcleo de assuntos estratégicos, criado recentemente pelo governo federal para formar políticas de desenvolvimento para o país, e que será coordenado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, Furlan disse tratar-se de um novo modelo. De acordo com ele, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior administra um modelo operacional para curto e médio prazos, enquanto à Secretaria cabe “uma visão estratégica de política industrial e de comércio exterior, olhando para um horizonte de tempo mais longo, que vai ter a participação de diversos órgãos do governo, dentro de uma coordenação do ministro Gushiken”. Furlan acrescentou que “estamos conduzindo um e participando do outro”.

Sobre as eleições em países vizinhos, o ministro disse que, dentro do governo, existem opiniões diversas, mas um ponto em comum. “Nossa expectativa é de que os novos presidentes da Argentina e do Paraguai se engajem no esforço de crescimento do Mercosul”, afirmou.

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