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Gargalos para agropecuária são discutidos na Câmara

O diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana disse que é preciso resolver problemas de infra-estrutura no país para que o produtor brasileiro não fique fora do comércio internacional


O diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, apresentou nesta quarta-feira (22-11) na Câmara dos Deputados a palestra “Tecnologia e Competição Internacional”. Ele defendeu a necessidade de investimentos em pesquisa agrícola e de desburocratizar a inovação tecnológica e disse que é preciso resolver problemas de infra-estrutura no país para que o produtor brasileiro não fique fora do comércio internacional.

Segundo Crestana, o Brasil tem vantagens competitivas que o colocam numa posição privilegiada entre os demais países. “Os sinais internacionais apontam o crescimento de um consumidor emergente, que demanda principalmente proteína animal, como carnes, lácteos e embutidos. Isso, por sua vez, gera uma demanda natural por proteína vegetal. A vantagem do Brasil é que ele tem maior área disponível”, explica.

Desafios

Além da vastidão de territórios e da diversidade de recursos naturais, o Brasil conta, de acordo com Crestana, com agricultores criativos e capacidade de produzir conhecimentos científicos próprios. Isso coloca o país em posição de liderança, principalmente em áreas como a agricultura tropical. Ele diz que é um bom momento para investir em transferência de tecnologia para outros países e lembrou a criação da Embrapa África. “É necessário fazer com que o fluxo do conhecimento ocorra. É estratégico para o Brasil fazer isso”, diz.

Contudo, há desafios que o Brasil ainda precisa superar, principalmente no que diz respeito à infra-estrutura. Estradas, portos, aeroportos e uma boa rede de comunicações são necessários para escoar a produção de forma ágil. A rigidez das leis trabalhistas e a inflexibilidade das leis de inovação tecnológica também são pontos a serem melhorados. “Devemos ter capacidade de transformar conhecimento em riqueza. As leis atuais têm interpretação jurídica complexa e operacionalização lenta”, diz.

Outro desafio é a flexibilização institucional. A burocracia no âmbito da pesquisa aumenta os custos e diminui a criatividade dos pesquisadores e, por conseguinte, a eficiência da pesquisa. Crestana lembrou que as empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento são mais produtivas e cobrou dos deputados uma agenda que permita os avanços tecnológicos. “Precisamos soltar os freios que existem hoje para ganhar agilidade e dar um salto tecnológico”, explica.

Seminário

A palestra aconteceu como parte do painel “Gargalos para maior competitividade da agropecuária brasileira”, que ocorreu dentro da programação do seminário “Desafios à Expansão Agropecuária Brasileira”. A mesa, presidida pelo deputado Abelardo Lupion, contou ainda com Luiz Antonio Pinazza, diretor da Associação Brasileira de Agribussiness (ABAG), e Evandro Scheid Ninaut, Gerente de Apoio ao Desenvolvimento em Mercados das Organizações das Cooperativas Brasileiras (OCB). O evento, organizado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, ocorreu nos dias 21 e 22 de novembro.

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