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Gaúcha Alibem propõe arrendar fábrica da Chapecó


As investidas da Chapecó a fim de encontrar uma alternativa para a empresa depois que a Coinbra, do grupo francês Dreyfus, decidiu não prorrogar a proposta de compra do frigorífico começam a mostrar resultados.

Além da paranaense Globoaves, que já arrenda a unidade de Cascavel (PR) e está interessada na fábrica de Xaxim (SC), a Chapecó está negociando o arrendamento do abatedouro de suínos de Santa Rosa (RS) para a gaúcha Alibem. A empresa tem frigorífico de suínos nas cidades de Santo Ângelo e Tupanciretã.

Ontem, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), entregou ao presidente do BNDES, Carlos Lessa, no Rio, o projeto de arrendamento da unidade de Santa Rosa pela Alibem. A proposta prevê o direito de " opção firme de compra a ser exercida a qualquer momento " e o pagamento de um aluguel mensal progressivo, que chegaria ao mínimo de R$ 50 mil a partir de abril de 2004.

O documento foi encaminhado a Lessa porque o BNDES é um dos acionistas e o principal credor da Chapecó. A proposta foi entregue anteontem a Rigotto pelo presidente da Alibem, Carlos Lee. " Pedimos que o BNDES, como maior credor, ajude a forçar os controladores do frigorífico para que eles aceitem alguma das propostas que estão sendo feitas " , disse o governador. " E uma delas é a do grupo Alibem " .

" Fizemos a proposta e estamos esperando uma manifestação " , afirmou o diretor de exportações da Alibem, José Roberto Goulart.

Conforme o projeto entregue ao BNDES, a Alibem se dispõe a pagar R$ 5 por suíno abatido a título de arrendamento, com a previsão de abate mínimo de 500 cabeças/dia a partir de abril do ano que vem. A empresa também admite fazer antecipações emergenciais de recursos necessários ao pagamento de despesas com energia, trabalhistas e outros gastos operacionais imediatos. O arrendamento também restabeleceria cerca de 900 postos de trabalho diretos que foram fechados com a paralisação da unidade de Santa Rosa, em março. Além dos empregos, a operação beneficiaria produtores de suínos de 20 municípios da região noroeste do Rio Grande do Sul.

As negociações entre Chapecó e Globoaves para arrendamento, com opção de compra, do abatedouro de frangos de Xaxim também continuam, segundo o diretor da empresa paranaense, Roberto Kaefer. A empresa, que tem parceria com a Sadia em Cascavel, enviou em setembro uma carta ao BNDES informando o interesse na unidade catarinense.

No "fatiamento" do frigorífico, resta a unidade de suínos da cidade de Chapecó, a qual a Aurora teria interesse em arrendar, segundo fontes do mercado. Procurada, a cooperativa catarinense negou que tenha discutido o tema em reunião ontem. Também procurada para comentar as novas negociações, a Chapecó não retornou as ligações.

Não está claro como ficarão as dívidas da Chapecó, que somam R$ 1 bilhão, caso os arrendamentos sejam fechados. Na negociação com a Coinbra estava previsto o pagamento de R$ 175 milhões pela empresa sem passivos. A Chapecó vinha negociando com credores e fornecedores o deságio nas dívidas para fechar o negócio. No caso dos bancos, o desconto era de 96,5%. Nessa nova fase, deixar o frigorífico Chapecó ir à falência não está fora de cogitação, segundo fontes do setor.

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