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Geada agrava a quebra da safra no Paraná

Milho é um dos produtos mais atingidos pela onda de frio


Se as estiagens ocorridas no final do ano passado e entre março e abril deste ano já estavam mantendo a previsão da safra de grãos, no Paraná, bem mais baixa que em 2008, a geada ocorrida em 3 de junho agravou um pouco mais a situação.

Agora, a previsão do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgada no dia 26, é de que a safra de grãos de verão e inverno 2008/09 seja de 25,3 milhões de toneladas, 21% a menos que no ano passado, quando houve safra recorde de 32 milhões de toneladas.

De acordo com o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, a cultura mais afetada foi a da segunda safra do milho. “Foi a estiagem que provocou a queda. As geadas agravaram, mas não drasticamente”, informa.

Mesmo assim, a quebra prevista na safra do grão é de 27,6%. Simioni explica que as regiões de Toledo e Cascavel, que respondem, juntas, por cerca de 37% dessa safra com 570 mil hectares plantados em um total de quase 1,5 milhões de hectares em todo o Estado foram as principais influências, principalmente devido à seca.

Simioni alerta que ainda existem áreas suscetíveis a geadas. São cerca de 700 mil hectares, nas regiões de Campo Mourão, Cascavel, Maringá e Toledo, que são 67% da área e 75% da produção total estimada.

Para ele, seria muito difícil que as previsões desse ano fossem próximas dos resultados do ano passado, quando houve o que ele chama de “safra cheia”, atingida porque as condições climáticas, tanto no verão como no inverno, foram normais.

No entanto, o diretor do Deral acredita que “o pior já passou”, e a tendência, agora, é de melhora. “Em maio, as cotações do milho e do soja já melhoraram. Também tivemos a abertura de novos mercados para a carne suína, e o mercado de aves vai bem”, destaca.

Simioni ainda lembra que a volta das chuvas ajudou a produção do leite, e que, apesar do preço ao consumidor estar alto, o valor pago ao produtor também está maior.

De qualquer forma, Simioni diz que o governo do Estado é solidário aos produtores, e está agindo em parceria com o governo federal para ajudar a reduzir o impacto das perdas e recuperar o que deixou de ser arrecadado. Ele ressalta, porém, que as perdas devido ao clima são um risco inerente ao setor agropecuário.

Culturas

O feijão da segunda safra, de acordo com a estimativa do Deral, apresenta quebra de produção de 22,2%. A exemplo do milho, o motivo é a falta de chuvas e não as geadas.

O diretor do Deral lembra que, quando as temperaturas começaram a cair no Estado, a safra do produto já estava quase toda colhida. Na segunda safra de feijão, foram colhidas 349,6 mil toneladas, quase 100 mil toneladas a menos que a estimativa inicial, de 449,1 mil toneladas.

Por outro lado, a cultura do trigo foi beneficiada pela queda de temperatura do início do mês, o que levou a crescimento na área plantada inicialmente prevista: de 1,1 milhão de hectares, a previsão subiu para 1,2 milhão. O plantio deve terminar na segunda quinzena de julho, e a produção prevista é de 3,2 milhões de toneladas, volume estável em relação a 2008.

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