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Geada destrói 75% da produção de laranja da Califórnia

O prejuízo no Estado norte-americano é estimado em US$ 800 milhões (R$ 1,7 bi)


As fortes geadas que a Califórnia (EUA) sofreu neste mês fizeram com que até 75% da produção anual de laranja do Estado fosse destruída, num prejuízo estimado em US$ 800 milhões (R$ 1,7 bilhão). A forte geada deve resultar num aumento no preço da fruta no Brasil, segundo avaliação de Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores). "Os preços vão subir, ainda não sabemos quanto. Mas é fato que vão subir e isso dependerá da avaliação da extensão dos danos nos EUA", afirmou. O prejuízo total no Estado só deve ser conhecido em duas semanas, mas a perda é considerada a maior desde os anos 90.

A Califórnia é o segundo maior produtor de laranja dos EUA, atrás só da Flórida -os outros principais produtores são Arizona e Texas. Sua produção prioriza as frutas "in natura", de mesa, enquanto na Flórida a produção é destinada ao suco. De acordo com o presidente da Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), Ademerval Garcia, a geada na Califórnia deve influenciar o mercado da fruta de mesa. "Nesse mercado, deve ter alteração", afirmou, por meio de sua assessoria.

Agricultores norte-americanos chegaram a usar ventiladores e jatos de água quente para aquecer os seus pomares, mas o resultado das medidas ainda é incerto. Nos próximos dias, produtores dos EUA também definirão se parte da produção atingida ainda poderá ser usada na produção do suco, mas, mesmo assim, a previsão dos norte-americanos é que os preços subirão. "O mercado vai flutuar muito nos próximos dias por causa dos boatos, mas haverá aumento e esse valor deve ser estabilizado em 15 dias", disse Viegas.

Os EUA são atualmente o segundo maior produtor mundial de laranja, atrás somente do Brasil. "Esperamos que isso represente um aumento nos preços praticados no Brasil, porque a remuneração atual mal cobre os gastos dos agricultores", afirmou o produtor rural José Mário Menezes. Para Viegas, por menor que seja o aumento por causa da geada, ele será significativo. "O problema hoje no Brasil é o preço".

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