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Gigantes de alimentos venderão negócios

Grandes empresas, como Unilever, Nestlé, Cargill e Kraft, voltam-se para o core business


A indústria de alimentos brasileira teve recorde de investimentos nos seis primeiros meses de 2007. De janeiro a junho deste ano, o setor investiu R$ 21,6 bilhões, contra apenas R$ 10 bilhões durante todo o ano de 2006, um aumento de 116% comparando-se o primeiro semestre deste ano com os doze meses do ano passado.

A maior parte desse investimento, R$ 10,5 bilhões, foi para fusões e aquisições sendo que as indústrias de carnes e derivados e de bebidas foram as maiores responsáveis pelo resultado. "Há uma tendência de que os investimentos sejam intensificados até o final do ano. Grandes empresas, como Unilever, Nestlé, Cargill e Kraft, voltam-se para o core business, enquanto outras, como Perdigão e Sadia, mostram disposição de diversificar, entrar em outros segmentos", afirma Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA).

O presidente citou a aquisição das marcas e fábricas de margarina da Unilever pela Perdigão como um bom exemplo dessa tendência. A disposição para investir do setor de carnes e derivados pode ser explicada pela retomada das exportações.

Os embarques de alimentos industrializados atingiram no primeiro semestre de 2007 a cifra de US$ 12,7 bilhões, um crescimento em valor de 31,3% sobre o mesmo período do ano anterior, e 21,4% em volume. As exportações de carnes e derivados aumentou 29,4% em valor, no período em relação ao primeiro semestre de 2006 em função, principalmente, do fim dos embargos sanitários em uma série de países. As empresas desse setor, cujo faturamento cresceu 18,08%, ficaram com o melhor resultado da indústria alimentícia no período. Apesar do câmbio valorizado, as exportações brasileiras de alimentos que estiveram em baixa desde 2004 quando o dólar estava a R$ 2,65, voltaram a crescer. A estimativa da ABIA é de que os embarques cresçam 15% este ano.

A reação do setor foi explicada pelo aumento da demanda mundial: "O consumo da Ásia está muito alto; além do consumo regular para abastecimento da população, a China, por exemplo, está estocando alimentos", explica Edmundo Klotz. Os desastres naturais nos Estados Unidos também quebraram a safra desse país e favoreceram as exportações de laranja, por exemplo. A ABIA projeta para a indústria de alimentação no corrente ano um crescimento em torno de 5% nas vendas reais.

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