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Glifosato: Nova pesquisa não acha relação com câncer

Estudo é do Instituto Nacional do Câncer dos EUA


Um estudo de longo prazo sobre o uso do herbicida glifosato por trabalhadores agrícolas não encontrou nenhuma relação entre a exposição do pesticida e o câncer. A pesquisa, publicada no Journal of the National Cancer Institute, dos Estados Unidos, não encontrou ligação entre o herbicida mais usado no mundo e “qualquer tumor sólido ou linfóide maligno, incluindo o linforma não Hodgkin e seus subtipos”.

O estudo ainda afirma “que há alguma evidência de risco de crescimento de leucemia mileóide aguda entre o grupo dos mais expostos”, mas acrescentou que essa associação não é “estatisticamente relevante”.

As constatações provavelmente afetarão procedimentos legais nos Estados Unidos contra a Monsanto. A empresa fabricante do Roundup está sendo processada por mais de 180 demandantes que alegam que o pesticida causa câncer - o que a Monsanto nega.

Os resultados também devem influenciar a crucial decisão no fim de ano sobre se o glifosato deve ganhar uma extensão da licença na União Europeia. Os países da União Europeia deveriam votar sobre o assunto na semana passada, mas falharam em chegar a um acordo sobre uma extensão de cinco anos.

A decisão da União Europeia se atrasou por mais de um ano depois que a IARC (Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer) da Organização Mundial da Saúde revisou o glifosato em 2015 e concluiu que era “provavelmente cancerígeno” para humanos. Outros órgãos, como o órgão da Autoridade Europeia para Saúde Alimentar, concluiu que o glifosato é seguro para o uso conforme os parâmetros legais.

A nova pesquisa é parte do Estudo de Saúde Agrícola, que acompanhou a saúde de dezenas de milhares de trabalhadores agrícolas, agricultores e suas famílias nos estados de Iowa e Carolina do Norte. Desde o início dos anos 90, a pesquisa analisou informações detalhadas sobre a saúde dos participantes e suas famílias e seus usos de pesticidas, incluindo o glifosato.

David Spieglehalter, professor da Universidade de Cambridge, da Inglaterra, que não tem nenhuma ligação com o estudo, disse que os resultados são de um “longo e cuidadoso estudo”.

Em resumo, os resultados dos pesquisadores, liderados pela pesquisadora Laura Beane Freeman, do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, afirmaram que 82,9% dos 54.251 dos aplicadores entrevistados usaram o herbicida. “O glifosato não foi estatisticamente associado ao câncer em nenhum lugar,” diz o sumário do estudo.

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