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GO: Aviação agrícola auxilia produtor durante a safrinha

Demanda pelo serviço segue crescendo


A safrinha deste ano ficou comprometida em função do atraso na colheita da soja e, com isso, alguns produtores do Sudoeste Goiano ficaram mais cautelosos quanto às expectativas iniciais com a segunda safra. Porém, tem também alguns agricultores que resolveram arriscar o plantio fora do prazo de costume, mesmo podendo ter os impactos na produtividade da lavoura. 


É o caso do produtor rural Alecson Urias Gonçalves. Ele conta que plantou o milho safrinha em 350 hectares e que buscou auxílio da aviação agrícola para ter mais agilidade no trabalho. “O clima não está muito propício, então, temos que aproveitar o tempo correto e as melhores horas de aplicação dos fungicidas e inseticidas na lavoura”, explica.

Outro aspecto apontado pelo produtor foi a falta de mão de obra para realizar a colheita da soja e, praticamente ao mesmo tempo, o plantio do milho. “Em função do atraso no plantio, tive que realizar a aplicação da cobertura de forma tumultuada. Também para evitar o amassamento da planta, a aviação ajudou muito”, reforça Gonçalves.

De acordo com o agricultor, o plantio em sua propriedade teve início somente no dia 7 de fevereiro, se estendendo até 5 de março. “Estou na safrinha há cinco anos e, normalmente, faço o plantio entre 25 de janeiro e, no máximo, até 20 de fevereiro. Este ano foi bastante atípico e acho que a produtividade pode ser menor”, diz.

Gonçalves tem esperanças de que o clima seja favorável na primeira quinzena de maio, possibilitando que sejam produzidos os mesmos índices de 2012. “A média da minha propriedade no ano passado foi de 106 sacas de milho por hectare. Acredito que neste ano não chegará à mesma média, pois, se não chover até mais alguns dias, a produtividade certamente será bem mais baixa”, avalia o produtor.

Há mais de 12 anos plantando na safrinha, o agricultor Ricardo Bonassi também afirma que este ano foi bastante diferenciado em relação aos anteriores. O atraso no plantio devido a seca na época da soja levou Bonassi a rever todo o planejamento feito ainda no ano passado. “Diante da situação reduzi em 30% a área de milho em relação ao que havia programado para a segunda safra. Plantei o grão em 1.100 hectares ainda no mês de fevereiro, entre os dias 10 e 28”, conta o produtor. Ele ainda completa: “Usei a aviação aérea para ter mais eficiência e agilidade na safrinha”.

Cresce demanda por serviço

A aviação agrícola é atualmente uma ferramenta de trabalho para o agricultor, sendo uma atividade procurada como forma de auxiliar no combate a pragas e doenças por meio de uma rápida aplicação. Conforme explica Clertan Alves Macedo, técnico agrícola e proprietário de uma empresa de aviação, na safrinha deste ano a procura pelo serviço tem sido superior a 2012. “Tivemos um acréscimo de cerca de 12% em relação ao último ano na aplicação de fungicidas e inseticidas”, afirma.

A aplicação aérea de defensivos no milho vem sendo procurada há algum tempo pelos agricultores, principalmente com a safrinha se tornando mais acentuada na região. “Ele [produtor] começou a perceber que estava perdendo muita produção com o quebramento das plantas. No caso do milho, a planta quebrada não tem nenhum tipo de produção, não dá o mínimo de rentabilidade. Por isso o produtor viu na aplicação aérea uma forma de fazer o trabalho na hora que ele precisa e se livrando de perdas”, conta o empresário.

Com a procura acentuada, Mace­do diz que a aplicação no milho teve início por volta do último dia 21 e mais produtores estão à procura dos serviços da aviação agrícola. “Como a janela de aplicação vai se abrir ainda mais nos próximos dias, certamente teremos bastante trabalho. Muitos produtores não desistiram de plantar o milho e, se chover bem, teremos mais demanda até o final do mês de maio”, conta o empresário.

Para ele, os produtores apostam que as chuvas se prolonguem, permitindo que a safrinha alcance a produtividade esperada. “Em grande parte das propriedades o plantio já foi concluído e, pelo que temos acompanhado, as áreas estão com um bom desenvolvimento vegetativo. Se o clima favorecer teremos uma segunda safra muito boa em termos de produção”, avalia Macedo.


O empresário acredita que os investimentos que têm sido feitos pelos produtores se justificam pelo fato de a safrinha ter alcançado altos índices de produtividade, que são melhores ou iguais à safra normal. “Muitas pessoas nem adotam mais o termo safrinha, somente segunda safra, justamente por essa razão. No caso da aviação agrícola, percebemos que de uns seis anos para cá, a demanda é a cada vez maior, o que comprova a importância da safrinha”, conta.

Segundo Macedo, com o atraso na colheita, muitos produtores otimizaram o trabalho terrestre, deixando equipamentos e funcionários focados na colheita e passando a pulverização para o serviço contratado de aviação aérea. “Com isso, os agricultores conseguiram retomar o plantio mais rapidamente, ganhando alguns dias em relação à chuva”, reforça.

Mesmo com perdas, Brasil terá safra recorde de grãos


O Indicador Colheita da Expedição Safra, divulgado no último dia 25, revela que, apesar de problemas com os veranicos no Sul e no Centro-Norte e excesso de chuva no Centro-Oeste, o Brasil vai colher uma supersafra de grãos de 185 milhões de toneladas. A soja e o milho (verão e inverno) serão responsáveis por 83% da produção, chegando a 153,55 milhões de toneladas.

O levantamento apurou uma expansão de 21,9% na safra de soja em relação ao ciclo 2011/12, passando de 66,95 milhões de toneladas para 81,62 milhões de toneladas. Já no milho de verão, a variação é de 0,43%. A produção do grão passou de 36,14 milhões de toneladas para 36,30 milhões de toneladas. Enquanto isso, a safra de inverno será responsável pela produção de 37,3 milhões de toneladas de milho.

Em alguns estados afetados por uma série de veranicos, as perdas foram expressivas. É o caso dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Piauí, Maranhão e Bahia. No Sul do Mato do Sul houve perdas de até 60%. Em Santa Catarina, na região de Campos Novos, mesmo as áreas replantadas apresentaram quebra de 30%.

Mas a expansão da área cultivada em todo o país e produtividades acima da expectativa em alguns estados chave sustentam a supersafra de soja. A extensão dedicada à oleaginosa passou de 25,16 milhões de hectares no ciclo passado para 27,55 milhões de hectares nesta temporada, um salto de 9,5%. Em grande parte dos casos, as novas lavouras estão ocupando áreas de pastagem.

Perdas que tinham sido estimadas para Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e São Paulo foram menores que o esperado e, mesmo enfrentando problemas pontuais com o clima, esses estados estão encerrando a temporada 2012/13 com produtividades médias acima do projetado pela Expedição no período de plantio, ajudando a contrabalancear as perdas registradas em outras regiões.

Os números são resultado da pesquisa de campo realizada pela Expedição Safra nos últimos meses. As equipes técnico-jornalísticas visitaram 14 estados para checar in loco a produção nas principais regiões produtoras do Brasil. (Com Ascom Expedição Safra)

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