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Goiás colhe mais uma safra recorde

Cerca de 80% da safra de cana-de-açúcar já foi colhida no Estado; produção vai saltar para 29 milhões de toneladas


O Estado de Goiás colhe mais uma safra recorde de cana-de-açúcar, estimada em 29 milhões de toneladas, aumento de aproximadamente 27% em relação à anterior, apesar dos transtornos provocados pelas chuvas, que iniciaram e terminaram tardiamente. A expectativa inicial de colheita era de 31 milhões de toneladas, segundo o presidente do Sindicato da Indústrias de Fabricação de Álcool e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha.

A produção deverá ser suficiente para Goiás superar o Estado de Alagoas e se tornar o quarto maior produtor nacional de cana, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Cerca de 80% da área de cana já foi colhida, processo que deve se estender até o dia 20 de dezembro.

Segundo o presidente executivo do Sifaeg/Sifaçúcar, o ciclo desfavorável de chuvas reduziu a quantidade média de açúcar total recuperável (ATR) por tonelada de cana em relação à obtida na safra passada. No acumulado até o mês de setembro, a ATR era de 137,94 quilos de açúcar por tonelada de cana, contra 144,2 quilos da safra anterior.

A produção de álcool anidro e hidratado, somados, cresceu de 867,4 mil metros cúbicos para 1, 28 milhão de metros cúbicos, no acumulado até o mês de setembro, registrando aumento de 40,5%. Isoladamente, a participação de álcool hidratado cresceu 66,81%, enquanto a de anidro registrou incremento de apenas 1,69%.

No caso do açúcar, até o mês de setembro a produção acumulada foi de 716,1 mil toneladas, redução de 1,21% em relação a do mesmo período da safra anterior.

A queda este ano, segundo o presidente do Sifaeg/Sifaçúcar, se deu em razão do preço baixo do açúcar no mercado mundial, o que se atribui ao crescimento da produção indiana. O mix de produção em Goiás deve ficar em 74% para o etanol e 26% para o açúcar, enquanto na Região Centro-Sul do Brasil, que concentra a maior parte da produção sucroalcooleira, a participação desses produtos é estimada em 60% para o etanol e 40% para o açúcar.

Crise no setor

Para André Rocha, ainda é cedo para avaliar se haverá mudança no comportamento dos investidores e a extensão dos efeitos da crise mundial no mercado consumidor de etanol e açúcar.

Marcos Sawaia Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), diz que o problema maior da crise está relacionado à maturação dos investimentos realizados nos últimos três anos, período em que o setor investiu em expansão. “Os resultados desses investimentos começam a surgir agora. Só para este ano eram previstas 32 novas usinas no Brasil e 29 já entraram em operação. Isso exige capital de giro. Nossa preocupação maior, agora, é com a disponibilidade de recursos para a economia como um todo, mas, em relação ao setor, especificamente, não vejo maior impacto, pois o preço do açúcar e do etanol tendem a se recuperar”, explica o presidente da Unica, que participou anteontem, em Goiânia, das comemorações do Dia do Engenheiro Agrônomo.

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