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Governo argentino vai estimular adubação mineral nacional

Objetivo é reduzir importações



O governo argentino prepara um programa de estímulo com objetivo de otimizar a qualidade e a produtividade das terras naquele país sul-americano, em especial a região chamada de “Pampa Úmida”. “As Secretarias de Mineração e de Agricultura têm um programa de abastecimento para o campo, com minerais que se destinam a otimizar a qualidade do solo melhorando seu pH a partir de una remineralização”, afirmou o secretário de Mineração, Jorge Mayoral.


“O solo não é um recurso inesgotável, e quando é utilizado pela agricultura há perda de seus melhores micro e macro nutrientes, que são os minerais. Portanto, temos que devolver esses elementos para que os rendimentos perdurem e melhorem”, afirmou o funcionário do governo.

Ele explicou que foi montado esse sistema porque há necessidade de que a Argentina “produza mais, com maior qualidade, e que haja mais exportação, mais ingresso de divisas – formando um círculo virtuoso. Para isso, estamos trabalhando entre diferentes áreas de governo nesse plano”.

Com esse objetivo, Mayoral manteve um encontro com seu colega da pasta de Agricultura, Roberto Delgado. Também estiveram presentes os diretores da Associação de Industriais Metalúrgicos da República Argentina (Adimra) Gerardo Venutolo e Juan Carlos Lascurain, além de integrantes da Câmara de Fabricantes de Maquinário Agrícola (Cafma), Carlos Catellani.

Depois do encontro, o secretário de Mineração afirmou que a conclusão é de que “para avançar, há necessidade de mais tecnologia, equipamentos e maquinário agrícola projetados especificamente para esses fins”. Delgado recordou que a Argentina vai produzir 108 milhões de toneladas de grãos em 2014, e que “para cada barco que se exporta (o equivalente a 25 milhões de toneladas de cereais, na média), se perdem quatro mil toneladas de minerais, micro e macro nutrientes”.


O plano de remineralização dos solos vai utilizar carbonatos naturais e carbonatos industrializados: calcário (carbonatos de cálcio) e dolomitos (carbonatos de calcio e magnesio), que a Argentina tem em quantidade suficiente. Esses nutrientes podem ser fornecidos por produtores das províncias de Buenos Aires, Córdoba, Neuquén e San Juan, entre outras.

Na Argentina há pelo menos 22 milhões de hectares (na zona da Pampa Úmida) nas quais haveria que corrigir o pH do solo com a aplicação de correções para sua remineralização, segundo as projeções trabalhadas pelo Ministério de Agricultura. 

Para variar um ponto de pH do solo por hectare, é necessário aplicar no mínimo duas toneladas de carbonatos, podendo chegar a um máximo de 4 toneladas. Levando em conta uma média entre esses dois extremos, haveria a necessidade de aplicar 66 milhões de toneladas de carbonatos apenas nos 22 milhões de hectares da Pampa Úmida.

“Estamos substituindo a importação de insumos químicos que se utilizam no campo, com a consequente diminuição da saída de dólares. Estamos aplicando nos solos minerais, e não agroquímicos, o que permite um menor custo”, sustentou Mayoral.

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