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Governo brasileiro proíbe avermectinas; criadores reagem

Carne brasileira estava sendo rejeitada



O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, na sexta-feira (30.05), no Diário Oficial da União, uma Instrução Normativa (IN) que proíbe a fabricação de produtos veterinários antiparasitas de longa duração contendo avermectinas. Além dessa fabricação, o texto da IN restringe ainda a manipulação, o fracionamento, a comercialização, a importação e o uso desses produtos.


Algumas cargas de carne brasileira estavam sendo rejeitadas pelos Estados Unidos em função da constatação da presença dessa substância. “Há uma superdosagem que acaba contaminando a carne bovina que está sendo exportada para os EUA. Em função disso, nós baixamos uma Instrução Normativa proibindo esse produto, tendo em vista que está prejudicando o mercado internacional”, explicou o ministro da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa), Neri Geller.

O ministro comemorou ainda a decisão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), que manteve o status do Brasil de país “com risco insignificante” para o “mal da vaca louca”. “Estou muito satisfeito com o reconhecimento da comunidade internacional. Mostrou que, efetivamente, a defesa brasileira funcionou, e nós temos uma defesa robusta. Apesar de havermos registrados um caso [no estado brasileiro do Mato Grosso], demos uma resposta transparente”, disse o ministro.

O diretor de Sanidade Animal do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião da Costa Guedes, que está resolvendo assuntos públicos na França, durante evento da OIE, se mostrou contrário a posição da maior organização do agronegócio do País. “A atitude foi inaceitável, nenhuma decisão desse gabarito pode ser realizada em curto período de tempo. Se existe algum problema, as instituições envolvidas deveriam ser comunicadas e propostos estudos quanto ao assunto, até porque a substância é extremamente necessária para a produção animal. Isso só aumentará a entrada ilegal deste produto”, declara.


De acordo com o diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco de Sales Manzi, os pecuaristas necessitam do produto para o manejo sanitário dos animais. Ele explica que as avermectinas têm papel fundamental no ganho de peso do rebanho. "O produto permite o controle de parasitas nos bovinos. Sem esse ele, teriamos perdas na ordem de 10% no ganho de peso do animal".

Em nota, a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) destacou que "confia que as Avermectinas são usadas de forma responsável pelos produtores brasileiros,  respeitando os períodos de carência constantes nas bulas (estabelecidos pela indústria veterinária e aprovados pelo MAPA) e assumindo assim que tais produtos são capazes de gerar benefícios e eficiência à produção, com total segurança para os produtos finais". A entidade lembrou que as Avermectinas são aprovadas pelo Mapa e usadas no Brasil há mais de 25 anos.

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