A equipe econômica do governo está encontrando dificuldades para definir as fontes de financiamento da safra 2004/05. Só para o custeio, o Ministério da Agricultura quer um aumento de 30% no volume de recursos de Crédito Rural em relação ao que foi disponibilizado para a safra anterior, passando de R$ 23 bilhões para R$ 28 bilhões. Ontem, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, reuniu-se com o colega da Agricultura, Roberto Rodrigues, para tratar do assunto.
Com o crescimento do agronegócio brasileiro, cresce também a demanda por crédito em uma velocidade muito maior do que a capacidade do governo de ofertar recursos para o setor. "Nós estamos tendo um aumento da demanda por insumos e isso está provocando um aumento desses preços. Por isso estamos buscando instrumentos que ajudem o crédito", afirmou Rodrigues ao sair da reunião. O problema se torna ainda maior, segundo ele, quando se tem a expectativa de um crescimento de 3,2 milhões de hectares na área plantada para a próxima safra.
Além dos instrumentos tradicionais do Crédito Rural, o governo estuda a possibilidade de abrir a poupança rural para os bancos privados como forma de captar recursos. Entre as novidades do novo Plano de Safra, que será anunciado em junho, está a regulamentação do seguro rural para pequenos produtores que começa a ser oferecido este ano para algumas regiões e alguns produtos.
Só falta definir com a área econômica de onde virão os recursos para a equalização do prêmio de seguro. Para os contratos de opção, a Agricultura espera a liberação de R$ 540 milhões, o dobro do que foi disponibilizado no ano passado. Para complementar, a aposta recai sobre os contratos de opção privados, voltados para os produtos mais competitivos, como soja, algodão e carnes.