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Governo do PR quer tarifa compensatória para trigo

PR quer uma tarifa compensatória para concorrer com a Argentina


O vice-governador Orlando Pessuti anunciou nessa quinta-feira (01-02) que o governo do Paraná vai solicitar aos ministros da área econômica a adoção de uma tarifa compensatória sobre a farinha de trigo e a pré-mistura do Paraná para concorrer com o trigo argentino.

Segundo o vice-governador, o governo argentino está concedendo benefícios para a exportação de farinha, por meio de um regime tributário diferenciado para a exportação de trigo em grão, com imposto de 20%; da farinha de trigo, com imposto de 10%; e de pré-misturas de farinha de trigo, com imposto de 5%.

“Isso torna atrativa a exportação de farinha e de pré-mistura que chegam ao mercado comprador do Brasil a custo menor do que a farinha nacional, produzida a partir do produto interno ou do importado do país vizinho”, esclareceu Pessuti, que reuniu-se com representantes do Sindicato das Indústrias de Trigo do Paraná, e técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, e das Secretarias da Fazenda, Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, e a Assessoria de Assuntos para o Mercosul.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Moageiras de Trigo do Paraná, Roland Guth, o Governo do Estado pode ajudar no sentido de fazer com que a preocupação dos moinhos paranaenses seja levada ao Governo Federal. “É preciso que se tome alguma providência porque a crise gerada pela entrada da farinha argentina, de altamente subsidiada, vai aniquilar a indústria moageira do Estado, e conseqüentemente trará prejuízos irreparáveis para a produção de trigo no Paraná”, destacou Guth.

Segundo Roland Guth, o parque moageiro paranaense é composto, em sua grande maioria, por pequenos e médios moinhos, e eles estão impossibilitados de concorrer com a farinha argentina. Hoje existem 40 moinhos operando no Estado, sendo que 22 deles estão filiados ao Sindicato.

De acordo com o setor, no mercado interno da Argentina, os moageiros pagam U$ 120,00 por tonelada de trigo, enquanto que o preço de exportação está em U$ 156,00. A situação criada inviabiliza os moinhos brasileiros e também prejudica o setor produtivo, já que tende a depreciar o valor de mercado do trigo brasileiro.

A região sul do Brasil produz aproximadamente 92% do trigo brasileiro. Em 2006, o Paraná participou com 50% do total colhido, com 1,19 milhão de tonelada, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 34%. Nos estados do sul predominam as pequenas e médias propriedades, com área média em torno de 15 hectares, sendo que os produtores destas áreas têm no trigo um importante componente de renda.

Segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura, Otmar Hubner, a tendência de aumento do rendimento médio das lavouras prova que a produção de trigo é tecnicamente viável, e que o setor produtivo tem investido em eficiência, apesar das dificuldades climáticas inerentes ao período de inverno, quando se cultiva o trigo.

No Paraná, são aproximadamente 40 mil produtores de trigo, a maioria de agricultura familiar. A produção da safra passada atingiu 1,19 milhão de toneladas. A produção nacional foi de 2,23 milhões de toneladas e poderá atingir, na próxima safra, 4,0 milhões, diante de um consumo superior a 10,0 milhões de toneladas. Em 2006 foram importadas 6,27 milhões de toneladas, e para este ano a Conab estima que a importação chegue a 7,93 milhões de toneladas. Deste total, mais de 90% é de trigo procedente da Argentina.

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