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Governo libera R$ 3 bilhões para escoamento da safra


O governo federal vai liberar R$ 3 bilhões para melhorar a infra-estrutura das estradas e portos brasileiros visando garantir o escoamento da safra, informou ontem o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimarzio. A liberação de recursos foi definida durante reunião emergencial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto e outros cinco ministros para debater a logística de transporte de grãos no País.

Do total anunciado pelo ministro interino, R$ 2 bilhões correspondem a 25% da Contribuição sobre Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para estados e municípios e R$ 1 bilhão sairão do orçamento do Ministério dos Transportes para recuperação das estradas federais. Até o final de março, os recursos da Cide estarão liberados, garantiu Dimarzio. O dinheiro será utilizado, principalmente, na recuperação das estradas vicinais (estaduais e municipais). O governo também vai investir em dragagem para melhorar o fluxo da safra nos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS). Segundo Dimarzio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está fazendo um mapeamento das estradas vicinais para avaliar os pontos críticos e definir as prioridades de investimentos.

Desde ontem, técnicos dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio estão reunidos na Casa Civil para discutir a situação das estradas, ferrovias, hidrovias e portos brasileiros. De acordo com o ministro interino da Agricultura, o Brasil tem capacidade para armazenar 93 milhões de toneladas de grãos e o escoamento pode ficar comprometido em função da situação das estradas, prejudicadas pelo excesso de chuvas. Dimarzio argumentou, durante a reunião no Palácio do Planalto, que o custo de logística de escoamento de safra no Brasil é 11% superior ao dos Estados Unidos e o custo da soja em condições desfavoráveis de transporte pode passar de US$ 16 para US$ 40 por tonelada.

Dimarzio disse ainda que o governo quer incentivar o produtor a investir na armazenagem na fazenda. "Com o armazém na propriedade, o agricultor pode estocar sua produção e aguardar a melhoria das condições climáticas". Dimarzio comentou ainda que da linha de crédito de R$ 500 milhões anunciados para o Programa de Modernização de Infra-estrutura (Moderinfra), apenas R$ 200 milhões foram emprestados aos produtores. "Falta divulgação e orientação técnica ao produtor", avaliou o ministro interino. Ele sugeriu que o BNDES abra uma linha de financiamento às empresas interessadas em investir em armazéns.

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