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Governo mudará regras para o próximo leilão

Cooperativas terão de identificar os produtores candidatos ao benefício durante o leilão


O Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Vicente Bertone, afirmou à Folha que as regras para o próximo leilão serão mudadas. As cooperativas terão de identificar os produtores candidatos ao benefício durante o leilão.

A Folha procurou Silas Brasileiro, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, mas a assessoria da pasta indicou Bertone para tratar do assunto.

O ministério prevê destinar R$ 300 milhões para subsídio do café neste ano. As regras dos editais, segundo Bertone, serão fruto de consenso entre todos os segmentos da cafeicultura.
O secretário confirmou que as cooperativas apontadas pelo Cecafé criaram seus próprios critérios para a distribuição do benefício. A posição do ministério é que elas teriam agido dentro dos pressupostos da Lei do Cooperativismo e que, por isso, não serão punidas.

Bertone e o presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Wagner Rossi, disseram que ainda não tinham tomado posse dos cargos quando os dois leilões ocorreram. Segundo Rossi, as regras do leilão do ano passado favoreceram as cooperativas porque os cafeicultores independentes tinham que apresentar uma grande variedade de documentos, ao passo que a cooperativa, com sua documentação, podia representar milhares de produtores.

O presidente da Cooperativa de Guaxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, disse que o limite por produtor -R$ 40 por saca, até 300 sacas, o que dava R$ 12 mil por produtor- visava impedir que um só candidato arrematasse todo o leilão.

Segundo ele, o conselho de administração da Cooxupé decidiu, em assembléia, distribuir R$ 24 por saca. A distribuição do dinheiro, segundo ele, tomou por base a quantidade de café que cada produtor entregou à cooperativa naquele ano.

"Não houve limite de dinheiro por produtor", afirmou, ao ser questionado sobre o motivo de o empresário João Faria ter recebido R$ 247 mil.

O diretor-executivo da Cooparaíso, Adilson Salviano de Paula, confirmou que a cooperativa só repassou aos associados, até o momento, R$ 8,4 milhões dos R$ 20,5 milhões que ela arrematou nos leilões.

Segundo o dirigente, a Conab repassou à Cooparaíso R$ 12,15 milhões, faltando repassar cerca de R$ 8 milhões. A diferença de R$ 4 milhões está depositada em um banco, disse.

O presidente da Cocatrel, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, confirmou que a cooperativa distribuiu subsídio com base na produção de 2006, mas disse que o edital permitia esse procedimento.

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