O governo prevê que, até 2010, a balança comercial agrícola apresentará um superávit de US$ 30 bilhões. Para que isso ocorra, porém, o Ministério da Agricultura alerta: o setor privado não pode ficar apenas esperando que o governo negocie o fim das barreiras ao comércio agrícola impostas pelos países ricos e que impedem um aumento das exportações nacionais.
Em 2002, a balança agrícola fechou o ano com um superávit de cerca de US$ 20 bilhões. Nos últimos doze meses, o saldo positivo já foi de US$ 23,3 bilhões. Mas para conseguir que o superávit aumente em quase 50% em menos de dez anos, o governo reconhece que as empresas terão que ser mais agressivas no comércio internacional.
"O governo pode ajudar, mas a construção de uma marca e a abertura de canais de distribuição devem ser feitos pelas empresas", afirma o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin.
Segundo ele, setores como os de frutas e flores poderiam ter uma presença internacional mais forte. O milho também tem, na avaliação do governo, um potencial se tornar um importante item da pauta de exportação do País. "O mercado mundial de milho é de 70 milhões de toneladas por ano. Acreditamos que podemos exportar 7 milhões de toneladas."
O setor de carnes é outra esperança. O secretário lembra que os produtores de carne suína iniciaram uma ofensiva comercial há apenas quatro anos e já conseguem colocar no mercado internacional cerca de 500 mil toneladas do produto por ano.
O Ministério da Agricultura revelou que um fundo de investimentos dos Estados Unidos demonstrou interesse em plantar soja no País e exportá-la ao mundo. "Os americanos se deram conta de que a competitividade do País em soja é enorme e que será difícil competir no futuro com o nosso produto".