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Granizo arrasa maçãs prontas para colheita

Machucadas pelas pedras de granizo as frutas devem apodrecer em poucos dias


Foto: São Joaquim Online

Logo na entrada do ano de 2021, um forte temporal no último sábado (2) atingiu Bom Retiro, cidade localizada na serra catarinense, e trouxe grandes perdas na safra da maçã. Muitas propriedades já se preparavam para a colheita e estavam com grandes expectativas de produção. 

Este temporal foi típico de verão, de forma muito localizada e com sua formação rápida. De acordo com a estação automática Bom Retiro (João Paulo), administrada pela Epagri/CIRAM, cerca de 12km do centro da cidade, o acumulado de precipitação foi de apenas 3.6 mm. Já na estação do município vizinho Alfredo Wagner, na estação Pousada Campinho, também administrada pela Epagri/CIRAM, a uma distância de aproximadamente 13 km do centro de Bom Retiro, o acumulado foi de apenas 0.2mm para o dia. Essas são as duas estações públicas mais próximas do município. 

Esse temporal teve início de formação às 13 horas e na região ganhou bastante intensidade entre as 15h10 e 15h30, seguindo em direção à noroeste de forma intensa até as 17h10. Após esse horário, a tempestade cessou. 

Imagem de satélite no horário das 15h20 com realce na atividade de raios

Safra afetada

Machucadas pelas pedras de granizo as maçãs devem apodrecer em poucos dias e perdem por completo o valor comercial. Santa Catarina é o maior produtor da fruta no país e a colheita acontece entre janeiro e março. No Estado cerca de 85% da produção está na Região Serrana. Nos últimos anos, a taxa de crescimento da área em produção foi de 2,5% ao ano, com redução média de 0,5% na produtividade devido a erradicação, adequação ou implantação de novas áreas de produção. A produção de maçã apresentou crescimento de 1,97% ao ano.

Segundo projeções da Epagri a safra 20/21 teria aumento na área colhida e na produção em relação à safra anterior. Com produtividade média estimada em 37 mil kg/ha, a produção pode chegar a mais de 650 mil toneladas. Veja fotos dos pomares afetados ao final desta reportagem.

Sistema antigranizo monitora clima

Uma alternativa para evitar os prejuízos provocados pela queda de granizo intenso, é o método conhecido por bombardeamento/semeadura de nuvens. Aqui no Brasil, um exemplo de aplicação do método antigranizo opera em Fraiburgo (SC) desde o ano de 2000. Essa demanda surgiu devido à produção de maçã, frutas de caroço, uva e tomate, que são importantes atividades no município.

O instrumento utilizado para a realização do método da semeadura de nuvens é o gerador de solo, semelhante a um queimador. Este gerador lança na atmosfera, sob condições específicas, um composto de sal e iodeto de prata. Esses agentes interagem com as gotículas de água da nuvem e impede ou diminui consideravelmente a formação do granizo com eficiência média de 50-70%. 

É importante considerar os fatores de segurança no emprego dos geradores de solo, pois não implicam em nenhum tipo de problema para serem instalados em regiões densamente povoadas e com intenso tráfego aéreo. É importante salientar que, várias pesquisas foram realizadas, particularmente no Canadá e na França que comprovaram, do ponto de vista ecológico, que o composto químico usado nas dosagens indicadas é inofensivo ao meio ambiente e não causa males de contaminação nos seres humanos, animais, vegetais e microorganismos. Além disso, é necessário a licença ambiental, um corpo técnico, e equipamentos específicos para a operação deste método, envolvendo até mesmo radares meteorológicos. 

* material elaborado com base em informações equipe Agrotempo

* fotos Divulgação São Joaquim Online

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