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Greve causa prejuízos de US$ 5 mi ao dia para frigoríficos de SC

A advertência é do presidente do Sindicarne, Clever Pirola Ávila,


Depois de uma série de percalços que afetaram duramente o agronegócio brasileiro neste ano – o fechamento de mercados externos, a crise dos insumos e a greve dos caminhoneiros – a paralisação dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura criou um quadro de dificuldades que levará ao fechamento de unidades industriais em Santa Catarina, maior produtor e exportador de aves e suínos do Brasil.


A advertência é do presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila, ao informar nesta quarta-feira (8) que é de US$ 5 milhões de dólares ao dia o prejuízo que toda a cadeia agroindustrial catarinense de aves e suínos amarga com a greve.

O dirigente relatou que várias plantas industriais fecharão nesta sexta-feira por absoluta falta de armazéns para estocagem da produção e mais de 10.000 trabalhadores ficarão ociosos.

Os fiscais federais estão liberando apenas 30% da produção, tanto nos frigoríficos quanto nos portos. Isso obriga as empresas a utilizar armazéns próprios e de terceiros, mas todas as reservas já foram esgotadas. A maioria das empresas tem capacidade de estoque para três ou quatro dias de produção, razão pela qual grande parte dos estabelecimentos terá que suspender os abates e a industrialização.

Para realçar a importância das vendas externas no faturamento das empresas, Ávila assinalou que 30% da produção avícola e 48% da produção suinícola catarinenses são exportadas.

O diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Ricardo Gouvêa, alertou para o risco de perda de mercado em razão do descumprimento de prazos nos contratos internacionais, por conta da greve. “Vai ser o caos”, resume, apontando para os possíveis efeitos: sobra de produção, perda de receitas e falência de produtores e indústrias. Esses mercados dificilmente serão recuperados, pois há muitos fornecedores no cenário mundial.

O parque agroindustrial catarinense, que adota o sistema de integração, é particularmente afetado porque adota um intenso fluxo de animais vivos e demais insumos para industrialização que envolve mais de 17.000 avicultores e criadores de suínos e dezenas de indústrias de grande e médio porte, ao lado de centenas de unidades da agricultura familiar.


AGRAVAMENTO

“Parar não será uma opção, será uma contingência imperiosa da situação”, asseverou o presidente do Sindicarne. Lembrou que essa situação também afeta os laticínios e os abatedouros de bovinos e que, se a greve não for encerrada, começará a ocorrer desabastecimento interno.

Clever Ávila destacou que, apesar da legitimidade das reivindicações classistas dos fiscais federais, esses profissionais estão colocando em grave risco as extensas e essenciais cadeias produtivas da carne, leite e grãos de Santa Catarina e do Brasil.

Advertiu que as perdas podem ser definitivas e muitas empresas, já fragilizadas pela situação de mercado, podem entrar em colapso.

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