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Greve dos fiscais pode interromper indústrias

Se greve continuar, Sindifrigo/MT diz que a atividade será suspensa


Se a greve dos fiscais federais agropecuários não terminar até o final desta semana, a indústria frigorífica de bovinos de Mato Grosso vai parar. A previsão é do presidente do Sindicato do setor (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas. Segundo ele, os transtornos aumentam a cada dia e desde sexta-feira os frigoríficos começaram a reduzir em 20% os abates. Considerando-se que são abatidas 19 mil cabeças por dia normalmente nas 32 plantas do Estado, são 3,8 mil abates a menos a cada dia. A paralisação dos fiscais completa hoje dez dias e ainda não há previsão de retorno ao trabalho.

Desde terça-feira da semana passada, os 75 fiscais federais agropecuários que atuam em Mato Grosso estão desempenhando apenas 30% das atividades. Nos frigoríficos, onde está a maior parte deles, em torno de 50, a determinação é que sejam emitidos certificados de transporte a apenas 30% da produção com destino à exportação. Os abates estão sendo acompanhados normalmente, na jornada máxima diária de oito horas. Para evitar a paralisação de vez da indústria, as empresas estão enviando parte dos 70% restantes a serem enviados ao exterior para os portos, onde estão sendo estocados. Outra parte vem sendo direcionada para o mercado interno.

Segundo Freitas, são medidas emergenciais que não se sustentam por muito tempo. Primeiro porque o mercado interno não absorve tudo. Segundo porque os portos têm sua capacidade de estoque, que está ficando comprometida. "Estamos torcendo para que tudo se resolva logo". O Sindifrigo, porém, ainda não decidiu entrar com qualquer medida judicial contra a greve dos fiscais.

Das 32 plantas frigoríficas de Mato Grosso, 25 exportam carne. A exportação é estimada pelo Sindifrigo é de 25% da produção. Todas as empresas do Estado abatem, mensalmente, aproximadamente 500 mil cabeças de gado e faturam de R$ 400 a R$ 450 milhões por mês. Cerca de R$ 100 milhões disso seria proveniente de exportações. Com a greve, o prejuízo não é só financeiro. O presidente do Sindifrigo lembra que as empresas ficam prejudicadas também por não conseguir cumprir seus contratos.

Os fiscais federais agropecuários estão em greve pelo envio para o Congresso Nacional de um projeto de lei que estrutura a carreira, estabelecendo novos salários e organizando gratificações. O projeto está com o Ministério do Planejamento desde novembro do ano passado sem qualquer evolução até agora. O governo federal ofereceu na semana passada um reajuste salarial de 5,7% para os fiscais. A proposta foi rejeitada. Segundo o presidente da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura em Mato Grosso (Affama), Joaquim Guimarães Botaro, o presidente Lula sequer avaliou o projeto, como disse que faria. As informações são da assessoria de imprensa da Famato.

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