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Gripe: vacina traz riscos, alerta cientista

Gripe: vacina traz riscos, alerta cientista


Um respeitado especialista em saúde pública da Alemanha alertou que a pressa para conseguir uma vacina contra a gripe suína pode fazer com que testes de segurança importantes deixem de ser realizados. Segundo ele, a técnica usada para produzir uma das vacinas contra o H1N1 poderia até mesmo trazer risco de câncer.

O pneumologista e deputado alemão Wolfgang Wodarg disse que o medicamento do laboratório Novartis - testado em 15 países - teria riscos. De acordo com ele, os testes clínicos estão sendo feitos num prazo mais curto que o habitual (um ano).

Segundo Wodarg, membro da Comissão de Saúde do Parlamento Europeu, as vacinas contra a influenza H1N1 estão sendo produzidas com métodos mais rápidos, porém pouco testados. O imunizante da Novartis foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Marburg, na Alemanha, e é baseado no uso de cultura de células cancerosas de animais.

Elas são infectadas com o vírus. A técnica é mais rápida porque esse tipo de célula se multiplica muito, e depressa, o que acelera a produção de doses.

- Se houver impureza, essas células poderiam causar câncer. Precisamos descartar esse risco.

O teste da vacina começou há duas semanas, e Wodarg afirma que na correria para liberá-la só será possível saber se ele causa alergias. Para investigar o risco de câncer, é preciso tempo.

Vacinas normalmente são obtidas usando cultura em ovos de galinha. O método é seguro mas lento porque cada ovo fornece uma dose. Com a técnica que usa células cancerígenas é possível fazer, em uma semana, cinco milhões de doses. Outro laboratório, a GlaxoSmithKline, começou testes na última segunda-feira e usa o método tradicional. Os laboratórios Sanofi-Pasteur e CSL também testam vacinas antigripais.

Stephan Becker, diretor do Instituto de Virologia da Universidade de Marburg e chefe da equipe que desenvolveu a vacina da Novartis, defendeu a técnica mais veloz, apesar de admitir os riscos: - É a única forma de obter milhões de vacinas numa pandemia.

Há poucos anos a gripe aviária mostrou a necessidade de um imunizante de produção rápida. Segundo Becker, se a doença tivesse se alastrado, a estimativa era de 50% de óbitos entre os infectados.

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