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Grupo de alemães quer investir R$ 600 milhões em álcool

Empresários europeus buscam parceiros goianos para atuar na produção de etanol


Primeiro foram os japoneses, depois os americanos e agora são os alemães que querem ingressar na produção de etanol no Brasil. Um grupo da Alemanha está sondando empreendimentos goianos no setor sucroalcooleiro a fim de firmar parcerias. Ele irá aplicar cerca de R$ 600 milhões na produção de álcool, o que pode ser considerado um dos maiores investimentos no setor. Para se ter uma idéia, a Usina Boa Vista, do grupo paulista São Martinho, o maior do País, irá construir um complexo em Quirinópolis, com investimento de aproximadamente R$ 300 milhões. A unidade será a maior do Estado.

O consórcio alemão, cujo nome está sendo mantido sob sigilo, é formado por banqueiros. Essa semana, o grupo enviou a Goiás o representante Roland Hartmann, que tem a missão de selecionar os empreendimentos para a parceria. Segundo o secretário de Indústria e Comércio, Ridoval Chiareloto, após essa fase inicial os empresários virão ao Brasil para fechar negócios.

O secretário afirma que além de usinas sucroalcooleiras, o consórcio também deve investir num laboratório de análises químicas, provavelmente em Anápolis. De acordo com ele, por enquanto os alemães “estão fazendo uma sondagem”.

Segundo ele, os estrangeiros afirmaram que têm até R$ 600 milhões para investir. As negociações são mediadas pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Representante da instituição em Goiás,Willian Odwyer, aposta no sucesso da empreitada. “Eles estão muito interessados. É só acharem a usina ideal para fechar negócio.”

A expectativa é que até abril as negociações com os alemães já estejam concluídas. Odwyer afirma que além desse grupo existem outros empreendedores alemães interessados na produção de biocombustível. “A visita do presidente dos EUA, George W. Bush, foi muito positiva nesse sentido. Nos deu visibilidade”, ressalta.

Parcerias – A busca de parcerias é uma das saídas encontradas pelos novos investidores do setor para driblar as longas listas de espera por maquinários. Para montar usinas, muitos empresários têm que esperar cerca de dois anos. As perspectivas são de que os prazos para entrega fiquem cada vez mais longos.

Só em Goiás 22 destilarias estão em fase de implantação, demandando investimentos da ordem de US$ 1,79 bilhão. A expectativa é que quatro delas comecem a funcionar ainda este ano, gerando cerca de cinco mil empregos diretos e indiretos.

Dentro de três anos, a produção goiana de etanol deve saltar dos atuais 800 milhões de litros para 3,2 bilhões de litros anuais. Ridoval Chiareloto lembra que um estudo da Universidade de Campinas (Unicamp) mostra que, até 2012, cerca de 150 usinas devem ser implantadas em Goiás.

No próximo ano, outras cinco indústrias devem entrar em operação e o restante irá iniciar as atividades entre 2009 e 2010 em território goiano. A partir de então, o segmento do etanol combustível vai gerar cerca de US$ 2 bilhões em receita para o Estado. No Brasil, investimentos na ordem de US$ 14,6 bilhões farão o número de usinas sucroalcooleiras saltar de 336 para 409 até o ano de 2013. Dentro de cinco anos a produção de álcool no Brasil deve saltar de 17 bilhões de litros anuais para 30 bilhões.

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