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Grupo de Cairns recalibra estratégia na Costa Rica


O Grupo de Cairns, aliança entre 17 países exportadores de produtos agrícolas, incluindo o Brasil, terá reunião ministerial entre os dias 23 e 25, na Costa Rica, para recalibrar sua estratégia nas negociações na Organização Mundial de Comercio (OMC).

Os ministros examinarão como "passar de uma posição maximalista para uma posição negociadora, e assim mostrar alguma flexibilidade", disseram fontes do grupo em Genebra. Essa tentativa ocorre quando a União Européia, líder do bloco protecionista, "parece querer tirar o time de campo [das negociações], na interpretação de vários delegados também em Genebra.

Os europeus, que inventaram a atual rodada de negociações na OMC, agora "não querem aparecer como sendo demandantes de mais nada", reclama um negociador do G-20, grupo liderado pelo Brasil que reúne países em desenvolvimento.

Nas intensas articulações em Genebra, alguns países asiáticos começam a especular sobre a necessidade de se apresentar uma ambiciosa oferta de cortes de tarifas industriais para atrair os europeus de volta a negociação agrícola. Resta que, para ter crédito, a oferta teria de ser feita por países como Índia, China e provavelmente Brasil, o que parece distante.

De seu lado, Cairns insistirá oficialmente que um resultado ambicioso em agricultura é a base do sucesso das negociações na OMC. Até agora, defende a eliminação de subsídios à exportação em três anos. Mas delegados notam que essa ambição terá nuances para dar margem ao desbloqueio das discussões.

O negociador-chefe dos EUA, Robert Zoellick, que tem evitado se encontrar com o G-20, vai à Costa Rica para a reunião de Cairns, a exemplo do diretor-geral da OMC, Supachai Panitchpakdi. O grupo é formado por Austrália, África do Sul, Argentina, Brasil, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Paraguai, Tailândia e Uruguai. O grupo liderou a campanha pela liberalização do comércio agrícola mundial. Mas foi superado em Cancún com o surgimento do G-20, que engloba boa parte de seus próprios membros.

Nos últimos dois anos, a Austrália teve sua liderança no Grupo de Cairns abalada, porque passou a ver tudo com base no seu acordo de livre comércio com os EUA. Agora, além dos magros resultados obtidos no acordo bilateral, a Austrália sabe que precisará se aproximar do G-20 na briga pela liberalização. O Canadá, que sempre foi um membro hesitante de Cairns, anunciou que deseja forjar uma posição comum com o Brasil para lutar contra os subsídios agrícolas, conforme o novo ministro canadense de Comércio, Jim Peterson.

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