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Grupo Mataboi não apresenta proposta aos fornecedores

Para Acrimat possibilidade de consenso é difícil e avisa: “a batalha será longa”


Para Acrimat possibilidade de consenso é difícil e avisa: “a batalha será longa”

O juiz da Comarca de Araguari (MG) homologou o pedido de recuperação judicial do grupo Mataboi S/A, no último dia 6. “Agora, é oficial e começam a correr os prazos”, avisa o assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Armando Biancardini Candia, que participou da reunião com mais de 150 pessoas no Sindicato Rural de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), na manhã desta quarta-feira (13).


A reunião foi marcada pelos administradores da empresa com os pecuaristas credores e participaram os representantes do Sindicato dos Produtores Rurais de Rondonópolis, da Acrimat, e da Associação dos Criadores do Sul de Mato Grosso (Criasul).

Para a Acrimat “o Mataboi mostrou a cara e abriu uma porta para o diálogo, mas não apresentou nenhuma proposta, apenas disse que os pecuaristas são fornecedores estratégicos e que terão prioridade”, disse Biancardini. Durante seu pronunciamento na reunião, ele enfatizou aos pecuaristas para se prepararem “para uma longa e árdua batalha, pois o caminho para um consenso não é fácil”. Pela lei, o frigorífico tem 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação judicial ao juiz encarregado.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, pediu para que “os proprietários do Mataboi ajam de maneira diferente dos demais frigoríficos e que não se utilizem das brechas dessa lei injusta para não honrarem seus compromissos com os pecuaristas”. Vacari pede para que os produtores procurem os sindicatos e a Acrimat para recebam orientações, “pois qualquer falha no processo pode prejudicá-los”.

A assessoria jurídica da Acrimat vai se habilitar como interessado do processo para acompanhar de perto cada passo dos trâmites, como aconteceu com as ações dos demais frigoríficos que entraram em recuperação judicial nos últimos dois anos. A orientação é para que os credores também se habilitem para participar do processo e verifiquem os reais créditos a que têm direito. A dívida total do Grupo Mataboi é de R$ 400 milhões, sendo R$ 90 milhões com os pecuaristas de Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.


FECHADO – O Mataboi encerrou as atividades no frigorífico de Rondonópolis no dia 29 de março. Além da planta de Rondonópolis, onde 300 funcionários foram demitidos, o Mataboi tem sua matriz em Araguari (MG), com 250 funcionários e plantas em Três Lagoas (MS), com 500 funcionários, e em Santa Fé de Goiás (GO), com cerca de 700 funcionários.

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