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Guerra comercial não impacta produtores argentinos 

Apesar de ser o maior exportador de farelo de soja do mundo, a Argentina não vende o produto para a China


Especialistas em agricultura da Argentina afirmam que a guerra comercial travada entre a China e os Estados Unidos não está impactando a economia agrícola do país. Javier  Bujan, gerente da empresa de comércio de grãos de Buenos Aires, Kimei, diz que se a Argentina tivesse mais soja em estoque conseguiria lucrar com a disputa. 

“Toda vez que chove sopa, ela nos pega com o garfo nas mãos. Se nós (Argentina) tivéssemos 55 ou 57 milhões de toneladas de soja nesta temporada, poderíamos exportar para a China 10 ou 12 milhões, e pegar um preço premium por Chicago”, comenta. 

De acordo com o portal FarmNewsAr, uma fonte da indústria de sementes de óleo explicou o motivo desse momento decisivo para a economia mundial não afetar o país. Segundo ele, a Argentina é o maior exportador de farelo de soja do mundo, mas não vende esse produto para a China.  

“A Argentina tem a maior exportação mundial de farelo de soja, mas não exportamos sequer um grama para a China. Por esse motivo, os impostos de importação da China sobre a soja dos EUA não têm impacto para nós. A indústria local tem algumas expectativas moderadas de que a China finalmente aceite importar farelo de soja da Argentina em vez do feijão”, explicou. 

A Fundação para as Negociações Internacionais da Agricultura (INAI) divulgou um documento tentando estimar o impacto da guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas mundiais. Para Nelson Illescas, analista sênior da entidade, caso o país se programe para a próxima safra, conseguirá obter bons resultados vendendo soja para os orientais. 

"Nesta temporada não haverá impacto, já que a colheita acabou, mas se a China sustentar as tarifas de importação, para a próxima safra (2018/19) os produtores argentinos poderiam receber um preço adicional de cerca de US$ 6,5 por tonelada, enquanto os agricultores americanos poderiam ver um desconto em torno de US$ 15,5”, conclui. 

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