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História do algodão em Mato Grosso é retratada em livro; cultura está presente desde o período pré-colonial

Obra traz um resgate dos desafios enfrentados pelos pioneiros da cultura no Estado


Obra traz um resgate dos desafios enfrentados pelos pioneiros da cultura no Estado

Responsável por quase 70% da produção nacional de algodão, a história da cotonicultura mato-grossense será retratada na obra "Algodão - Os pioneiros que transformaram Mato Grosso em um grande produtor", que será lançada no dia 08 de dezembro em Cuiabá. Escrita pela jornalista Martha Baptista a obra traz um resgate dos desafios enfrentados pelos pioneiros da cultura no Estado até a fundação da Associação dos Produtores de Algodão de Mato Grosso (Ampa) e a atualidade.

"Algodão – Os pioneiros que transformaram Mato Grosso em um grande produtor" será lançado na quinta-feira, 08 de dezembro, durante a posse da diretoria eleita para o biênio 2017/2018. A obra traz ao longo de 184 páginas depoimentos de produtores pioneiros no cultivo de algodão mecanizado em Mato Grosso, além de imagens.

A ideia de levar para o papel a história da cotonicultura mato-grossense surgiu na época da inauguração da nova sede da Ampa, o Edifício Cloves Vettorato, que abriga outras entidades como a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), em agosto de 2014.

Segundo a autora Martha Baptista, em entrevista ao Agro Olhar, o diretor executivo da Associação, Décio Tocantins, deu a ideia de resgatar a história do início do cultivo mecanizado do algodão em Mato Grosso na época em decorrência a inauguração da Sala dos Pioneiros (sala de reunião da entidade). "Esse primeiro resgate resultou no Jornal dos Pioneiros, distribuído na ocasião, e acredito que essa foi a semente do livro”.

A obra conta com depoimentos de produtores pioneiros ou seus herdeiros, como é o caso de Ignácio Mammana Netto. Martha Baptista conta que o livro traz, ainda, a história de Olacyr de Moraes, a quem ela entrevistou em março de 2010. "Fiquei tão encantada que achei que valia a pena contar essa história com mais detalhes num livro. A proposta foi abraçada de imediato por Décio e pelo presidente Gustavo Piccoli, que é um pioneiro no cultivo do algodoeiro na região de Sorriso".

De acordo com a autora, hoje é comum encontrar livros sobre a história do algodão no cerrado brasileiro, porém com ênfase maior na parte técnica. "Nossa intenção foi focar a história dos pioneiros da cotonicultura em Mato Grosso, resgatando personagens e fatos importantes do período em que o cultivo era feito por pequenos produtores das regiões de Rondonópolis e Cáceres, entre outras, e principalmente as circunstâncias que favoreceram o início do sistema mecanizado. Procuramos mostrar essa evolução, recorrendo a relatos de produtores e testemunhas da época (pesquisadores, técnicos, consultores e colaboradores das unidades produtoras). Nossa proposta foi humanizar essa história contando como as pessoas e diversas instituições (governamentais e privadas) se uniram para tornar Mato Grosso o maior produtor de algodão do Brasil num período relativamente curto de tempo".

O levantamento das histórias e informações foi com base em depoimentos de produtores. Em alguns casos, revela Martha, foi necessário contar com o auxílio de pesquisadores, consultores, técnicos e colaboradores mais próximos dos produtores. Os primeiros capítulos, por exemplo, contaram com a ajuda de historiadores como Maria de Fátima Costa (da Universidade Federal de Mato Grosso), à arqueóloga Maria Clara Migliacio e a pesquisadores de diversas instituições. Também foram utilizadas fontes documentais. "Antes de iniciar a redação, li muitos livros com relatos de viajantes que percorreram Mato Grosso, a partir do século XVI, e constaram a presença do algodão (plantas, teares, vestimentas) entre diversos grupos indígenas".

Dificuldades e curiosidade

O maior desafio para a elaboração da obra foi o tempo, segundo Martha. "Desde o início do trabalho (há um ano), tínhamos como meta concluir o livro para que fosse lançado pelo presidente Gustavo Piccoli, um grande entusiasta do projeto, que passará a presidência da Ampa a Alexandre Schenkel no próximo dia 8. Havia muitas fontes a serem consultadas (inclusive em outros estados) e foi relativamente difícil organizar essa agenda".

Outra grande dificuldade foi o resgate de imagens da época. "Porém, mais uma vez contamos com a boa vontade de muitos produtores, técnicos, pesquisadores, consultores e de colaboradores das equipes da Ampa e do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt)".

Mas, apesar dos desafios a obra trouxe à tona muitas curiosidades sobre a cultura em Mato Grosso. "Os leitores conhecerão um pouco mais dos bastidores dessa história de sucesso e também recheada de dificuldades que levaram alguns produtores a desistirem do cultivo do algodão. Na minha opinião, a obra contribui para compreendermos melhor o processo de desenvolvimento de Mato Grosso nas últimas décadas e valorizarmos mais a visão, o empreendedorismo e a coragem daqueles que "ousaram fazer algo novo no coração do Brasil", como diz o presidente Gustavo Piccoli em seu texto de apresentação", salienta a autora.

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