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Holanda controla trânsito de suínos


Desde ontem (16-04) as autoridades sanitárias holandesas impuseram restrições e vêm mantendo rigoroso controle sobre o trânsito interno de suínos. Há temor de que os suínos possam disseminar o vírus da Influenza Aviária, o que poderia desencadear uma nova doença – como a SARS (sigla, em inglês, da Síndrome Respiratória Severa Aguda) – no homem.

Embora tal hipótese tenha sido inicialmente descartada, cientistas agora começam a avaliar a possibilidade de o vírus da SARS – que já matou mais de 150 pessoas em vários países – ter-se desenvolvido a partir de uma combinação entre vírus humanos e vírus aviários. Essa “mixagem” teria acontecido em Guangdong, na China, onde a população vive em grande promiscuidade com os animais.

Maior país exportador da União Européia, a Holanda está com seus negócios avícolas internos e externos totalmente suspensos desde o início de março, quando foram confirmados os primeiros focos de Influenza Aviária no país. Embora até agora já tenham sacrificado cerca de 15 milhões de aves – de um plantel estimado em pouco mais de 100 milhões de cabeças – as autoridades sanitárias holandesas ainda não conseguiram controlar o vírus.

Porém, a maior preocupação agora é com a possibilidade de o vírus da IA sofrer algum tipo de mutação, o que poderia atacar os suínos e conseqüentemente os seres humanos. Essa possibilidade foi reforçada depois da detecção de suínos portadores de anticorpos do vírus da Influenza. Os suínos somente são portadores do vírus, não são afetados por ele. Mas podem acabar infectando o homem, como ocorreu em Hong Kong em 2000, quando a Influenza Aviária ocasionou algumas perdas humanas.

“Sabe-se que os suínos são portadores também de vírus humanos. E quando estes se combinam com vírus aviários é grande a possibilidade de ocorrer uma mutação, surgindo um novo vírus contra o qual os humanos não têm qualquer resistência” – observa Benno Bruggink, porta-voz do Ministério da Agricultura holandês, acrescentando que os técnicos holandeses vêm se aprofundando na questão e devem fazer novas recomendações nos próximos dias. “A possibilidade de realizar o sacrifício sanitário também de suínos não está descartada” – anuncia Bruggink – citando que suínos de cinco propriedades da província de Gelderland (de onde se disseminou o atual surto aviário) foram examinados, neles constatando-se o desenvolvimento de anticorpos da cepa clássica do vírus da doença (o H7N7). Por isso o controle do trânsito de suínos e seus dejetos naquela região e em outras áreas onde a IA foi detectada.

Dados mais recentes dão conta de que já são 218 as granjas confirmadamente infectadas pelo vírus (há uma semana eram 160). Mas o número pode se ampliar, pois outras 18 granjas são suspeitas de também estarem com o vírus.

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