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Hortaliças seguem com preços em alta

Clima fez oferta cair e preços subirem. Exceção é o tomate que subiu


Foto: Marcel Oliveira

O 2º º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que o movimento de alta de preços nas hortaliças ainda afeta o consumo em quase todo o país. "Isso acontece porque essas culturas são muito sensíveis aos problemas climáticos”, explica o gerente  substituto de Estudos do Mercado Hortigranjeiro da Conab, Arthur Vasconcelos. “Em janeiro, o comportamento preponderante de preços para as hortaliças estudadas foi de aumento, especialmente para a alface, batata e a cenoura”.

As chuvas em grande parte do país, exceto nas regiões Sul e Nordeste, comprometeram algumas lavouras e reduziram a disponibilidade dos produtos nos mercados. A batata, que tinha alcançado oferta recorde em dezembro de 2021, com consequente queda nos preços, em janeiro teve alta na maioria dos mercados atacadistas, especialmente em Goiânia/GO (39,70%) e Belo Horizonte/MG (37,60%). No início deste mês de fevereiro, o movimento de preços continua subindo, o que demonstra que a oferta a partir da safra de verão ainda não está atendendo toda a demanda.

Também os preços da cenoura em janeiro, como previsto, apresentaram altas bastante expressivas na maioria dos mercados analisados, principalmente nas Ceasas de Fortaleza/CE (138,53%), Vitória/ES (113,10%) e Goiânia/GO (103,78%). A pesquisa do Prohort revela que a pressão sobre os valores praticados foi em função da queda na oferta, que em janeiro/22 foi quase 15% menor em comparação a dezembro/21. Em fevereiro, a continuação das chuvas nas áreas produtoras, sobretudo de Minas Gerais, mantém as cotações elevadas. Já a cebola, que segue em trajetória ascendente de preços em todos os mercados analisados, teve o maior percentual de aumento em Brasília/DF (23,17%), seguido por Vitória/ES (13,61%) e Campinas/SP (12,30%).

Na alface as chuvas na Região Sudeste e o déficit hídrico na Região Sul reduziram a oferta, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Houve predominantemente alta de preços. Com demanda em alta pela normalidade dos serviços de alimentação e volta às aulas em fevereiro, a tendência é de continuidade de alta de preços.

Na batata a menor oferta em janeiro, mesmo com a safra de verão (das águas) abastecendo o mercado. Os preços voltaram a subir em quase todas as Ceasas. Os envios, a partir do Paraná, diminuíram cerca de 30% em comparação com dezembro/2021. O maior aumento de preços foi na Ceasa do Rio de Janeiro (66,69%).

Na cebola menor disponibilidade no mercado em relação a dezembro de 2021, que exerceu pressão sobre os preços. A baixa qualidade do bulbo arrefeceu, em parte, o movimento de alta. O maior percentual de aumento foi na Ceasa/DF – Brasília (23,17%). As importações, diante dos níveis dos preços internos, devem aumentar a partir de fevereiro ou março.

No caso da cenoura chuvas intensas nas regiões produtoras, sobretudo em Minas Gerais diminuíram a oferta que, aliada à pressão de outros estados, cujas ofertas foram insuficientes para atender o consumo local, resultaram em altas expressivas de preços. Na Ceasa/CE - Fortaleza o aumento de preços chegou a 138,53%.

Por fim, no tomate mesmo com uma maior oferta em janeiro, decorrente de temperaturas elevadas que aceleram a maturação dos frutos, permaneceu a tendência de alta de preços para algumas Ceasas. Os preços reagiram na maioria dos mercados às ofertas locais. Em São Paulo, o aumento da oferta fez os preços tanto na Ceagesp da capital como na Ceasa Campinas cederem 9,17% e 5,02%, nessa ordem.
 

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