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Hortaliças têm queda no atacado

A maior queda foi verificada nos preços de comercialização da batata


Foto: Eliza Maliszewski

Os preços das principais hortaliças comercializadas no atacado em março registraram queda. O resultado, em geral, é reflexo de uma maior oferta nos mercados aliado a uma diminuição no consumo. Enquanto o avanço da colheita resulta numa maior quantidade de produto nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas, as medidas restritivas visando o combate ao coronavírus afetam a demanda. Os dados constam no 4ª Boletim Prohort, divulgado nesta quinta-feira (15), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A maior queda foi verificada nos preços de comercialização da batata. Para o tubérculo as cotações caíram dois dígitos em todas as Ceasas pesquisadas. O Rio de Janeiro foi o estado que registrou o barateamento mais intenso, chegando a um percentual negativo de 39,47%. Com o pico da safra das águas registrado entre fevereiro e março, essa redução era esperada. Já para este mês a tendência é que ocorra pressão de alta nos preços. No entanto, fatores que aliviam este movimento ainda estarão presentes nos mercados, em especial as medidas para conter o avanço do coronavírus, que levam à retração da demanda, bem como a incerteza do produtor quanto ao que vai ser direcionado ao mercado, pela imprevisibilidade do comportamento dos comerciantes e consumidores.

O mesmo ocorre com a cenoura. O entreposto de Goiás registrou queda significativa nos preços da raiz, sendo que nesse atacado ficou 24,84% mais barata. Mesmo que já seja possível observar uma reversão da tendência de declínio dos preços da cenoura, o aumento registrado no início de abril ainda é pequeno, tanto pela demanda continuar retraída quanto pela qualidade do produto ofertada nos mercados.

Cebola e tomate também registram comportamento semelhante. No caso do bulbo, a oferta a nível nacional aumentou cerca de 15%. Mas a tendência dos preços para abril será determinada pela intensificação da colheita nas regiões produtoras do Nordeste, uma vez que se registra o final da safra no Sul do país. Em abril, as cotações do tomate, por sua vez, começam a apresentar alta, pois o ápice da safra de verão já ocorreu e a oferta das áreas produtoras não deve se sustentar nos mesmos patamares.

A alface oscilou entre altas e baixas nos mercados analisados, em percentuais abaixo dos 20%. A maior alta foi em Belo Horizonte (16,77%) e a maior queda em Curitiba (16,84%). As chuvas que vinham intensas em boa parte do país desde janeiro, no mês de março diminuíram, propiciando melhores condições para o cultivo das folhosas, com reflexo na oferta de alface aos mercados. Com isso a oferta aumentou torno de 8% em relação a fevereiro, e de 19% quando comparado a março de 2020.

O levantamento dos dados estatísticos que possibilitaram a análise deste mês foi realizado nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Curitiba/PR, Goiânia/GO, Brasília/DF, Recife/PE e Fortaleza/CE que, em conjunto, comercializam grande parcela dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira.

Ainda no mês de março, dentre as hortaliças comercializadas na Ceagesp - São Paulo, destacaram-se na redução da média de preços o chuchu (-36%), a rúcula (-32%), o cará (-31%), a abobrinha (-28%), a berinjela (-24%), o inhame (-21%), a couve-flor (-14%) e o quiabo (-13%).
 

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