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IBGE estima safra de 2005 em 134,9 milhões de toneladas


O IBGE realizou, em dezembro, o terceiro prognóstico de informações sobre as áreas plantadas, bem como da produção para a safra de 2005, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Bahia, Piauí e Maranhão. Segundo a estimativa, a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas é estimada em 134,900 milhões de toneladas, 13,29% maior do que a registrada em 2004.

Para a estimativa da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas da safra 2005, além das regiões e estados onde a pesquisa foi realizada, também foram consideradas as culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo) e os produtos de 2ª e 3ª safras. No entanto, por causa do calendário agrícola, para os estados que ainda não dispõem de estimativas iniciais, algumas informações da safra de 2004 foram repetidas para 2005.

Dentre os produtos investigados, três apresentam variação positiva em relação à área plantada em 2004: amendoim em casca 1ª safra (0,56%), arroz em casca (0,94%) e soja em grão (6,17%). Já os que apresentam variação negativa são: algodão herbáceo (-4,09%), feijão em grão 1ª safra (-10,99%) e milho em grão 1ª safra (-4,93%). Em relação às quantidades esperadas, arroz em casca (0,81%), feijão em grão 1ª safra (10,58%), milho em grão 1ª safra (4,60%) e soja em grão (28,87%) apresentam variação positiva. Por outro lado, com variação negativa há: algodão herbáceo (-2,78%) e amendoim em casca 1ª safra (-5,69%).

A estimativa para o algodão herbáceo em dezembro (3,512 milhões de toneladas) não difere muito da projetada em novembro (3,531 milhões de toneladas), no entanto, é 2,78% menor que a obtida em 2004 (3,612 milhões de toneladas). A principal causa dessa diminuição são os preços ora praticados, que se encontram em patamares menores do que os comercializados anteriormente.

No principal estado produtor, Mato Grosso, é aguardada uma produção de 1,406 milhão de toneladas, 18,16% menor que a obtida em 2004. A área plantada também apresenta queda significativa: -20,26% em 375 mil hectares.

Para a cultura do arroz, prevê-se crescimento de 0,94% na área plantada (3,809 milhões de hectares) e de 0,81% na produção estimada (13,370 milhões de toneladas). Em relação a novembro, verificam-se pequenos aumentos nas áreas plantadas e na produtividade do Rio Grande do Sul (5.853 kg/ha) e do Mato Grosso (2.937 Kg/ha), os principais estados produtores. Esse aumento na área plantada justifica-se pela incorporação de novas áreas ao processo produtivo.

Para o feijão 1ª safra é previsto um volume da ordem de 1,580 milhão de toneladas, ou seja, 10,58% maior que o de 2004. A área plantada acusa queda de 11% (2,210 milhões de hectares) e o índice de produtividade apresenta um aumento de 12,24%. As principais causas para essa diminuição de 11% foram os preços, a escassez de mão-de-obra e a preocupação com o clima. No Paraná, maior produtor nacional, a colheita, em andamento, está sendo prejudicada pelo excesso de chuvas, assim como as lavouras em desenvolvimento.

No caso do milho da 1ª safra, a previsão é que haja uma redução de 4,93% na área plantada, em decorrência dos baixos preços vigentes hoje no mercado. Com a produtividade aumentada em 5% (3.600 kg/ha), espera-se uma produção de 32,486 milhões de toneladas. Entre os estados, os maiores crescimentos são no Rio Grande do Sul (49%) e em Santa Catarina (27%), apesar da queda de 5,92% no Paraná.

Quanto à soja, a produção acha-se estimada em 63,432 milhões de toneladas, ante 49,222 milhões de toneladas obtidas em 2004, portanto, um aumento de 29%. Com os preços em baixa, este significativo aumento na produção de soja é justificado pela falta de opção de plantio para outras culturas, uma vez que o milho também apresenta cotações bem aquém das esperadas. Considerando-se as grandes regiões produtoras de soja do país, observam-se os seguintes aumentos na produção: 867 mil toneladas (4,95%) no Norte; 4,055 milhões de toneladas (10,88%) no Nordeste; 4,941 milhões de toneladas (9,47%) no Sudeste; 22,729 milhões de toneladas (40,32%) no Sul e 30,841 milhões de toneladas (28,36%) no Centro-Oeste.

As condições climáticas acham-se normais nas regiões e estados pesquisados, com precipitações regulares e bem distribuídas. A exceção é o Rio Grande do Sul, onde fortes estiagens vêm castigando um grande número de municípios e ocasionando sérios prejuízos ao setor agrícola do estado. Há alguns casos de excesso de umidade, porém, são ocorrências isoladas, sem grandes comprometimentos para as lavouras. No caso do Rio Grande do Sul, além da redução na lavoura de grãos (cuja avaliação mais clara em termos de mensuração de perdas será feita na análise de janeiro), a falta de chuvas também ocasionou perdas relevantes na cultura da maçã, principalmente em relação à qualidade do fruto.

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