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IBGE prevê safra de grãos 4,0% maior que safra recorde de 2010

O arroz, o milho e a soja, respondem por 82,4% da área a ser colhida



A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas2 indica produção da ordem de 155,6 milhões de toneladas, superior em 4,0% à safra recorde obtida em 2010 (149,7 milhões de toneladas). É o que indica a terceira estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)3 em 2011.

A área a ser colhida em 2011, de 48,1 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 3,3%, frente à área colhida em 2010. As três principais culturas, que somadas representam 90,8% do volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas: o arroz, o milho e a soja, respondem por 82,4% da área a ser colhida registrando, em relação ao ano anterior, variações de +1,7%, +2,2% e +2,1%, respectivamente. Quanto à produção os acréscimos são, nessa ordem, de +18,0%, +0,3% e +4,5%. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/default.shtm

Entre as Grandes Regiões, esse volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Região Sul, 64,9 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 55,0 milhões de toneladas; Sudeste, 16,5 milhões de toneladas; Nordeste, 15,0 milhões de toneladas e Norte, 4,3 milhões de toneladas.
 
Comparativamente ao ano anterior, são constatados incrementos nas Regiões Norte, 7,1%, Nordeste, 26,2%, Centro-Oeste, 4,7%, Sul, 1,0%, e decréscimo na Sudeste, 3,6%. O Paraná, nessa avaliação para 2011, mantém a liderança na produção nacional de grãos, com uma participação de 20,2%, seguido pelo Mato Grosso com 19,4% e Rio Grande do Sul com 17,3%.



Estimativa de março em relação à produção obtida em 2010

Dentre os vinte e cinco produtos selecionados, treze apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (63,5%), amendoim em casca 1ª safra (7,8%), arroz em casca (18,0%), batata-inglesa 1ª safra (13,2%), batata-inglesa 2ª safra (10,9%), feijão em grão 1ª safra (27,4%), feijão em grão 2ª safra (4,7%), mamona em baga (51,3%), mandioca (8,6%), milho em grão 2ª safra (2,4%), soja em grão (4,5%), sorgo em grão (14,4%) e triticale em grão (21,3%). Com variação negativa: amendoim em casca 2ª safra (11,4%), aveia em grão (25,2%), batata-inglesa 3ª safra (4,7%), cacau em amêndoa (1,1%), café em grão (9,7%), cana-de-açúcar (7,7%), cebola (8,6%), cevada em grão (12,6%), feijão em grão 3ª safra (9,5%), laranja (2,4%), milho em grão 1ª safra (1,1%) e trigo em grão (19,3%).

As principais culturas temporárias de verão, com ênfase para a soja e milho, continuam em fase de colheita. Nos próximos levantamentos, prosseguirá o acompanhamento da colheita e do desenvolvimento das segunda e terceira safras de alguns produtos, além das culturas de inverno que, devido ao calendário agrícola, apresentam estimativas ainda baseadas em projeções.

Destaques na estimativa de março em relação a fevereiro

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Estimativa de produção de 4,8 milhões de toneladas, maior 3,9% que a registrada em fevereiro. Este novo levantamento confirma a tendência de ampliação da área plantada, agora avaliada com acréscimo de 3,5%, resultado dos novos dados da Bahia, o segundo produtor nacional. Nesse Estado, como nos demais centros produtores, a demanda interna e externa crescente, os baixos estoques mundiais e os bons preços praticados estimularam o plantio. A área da safra baiana apresentou incremento de 13,4%, frente ao mês passado, enquanto que a produção esperada cresceu 14,0% nesta comparação mensal.

ARROZ (em casca) – A produção esperada de 13,4 milhões de toneladas é 4,8% superior ao levantamento de fevereiro, reflexo de reavaliações nos rendimentos médios, notadamente, do Rio Grande do Sul, maior produtor, responsável por 66,0% da produção nacional. Nesse Estado, com aproximadamente 60,0% da área colhida, estão sendo registrados elevados níveis de produtividade, razão pela qual houve uma revisão positiva de 6,3%, alcançando agora 7.601 kg/ha. A baixa umidade também tem favorecido aos trabalhos de colheita. A área a ser colhida cresceu 1,2% sendo aguardada uma produção de 8,8 milhões de toneladas, 7,5% maior que a informada anteriormente para o Rio Grande do Sul.

FEIJÃO (em grão) – A produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, está avaliada em 3.681.256 toneladas, inferior 4,6% a do levantamento de fevereiro.

FEIJÃO (em grão) 1ª safra – Para o feijão 1ª safra aguarda-se uma área a ser colhida de 2,3 milhões de hectares e uma produção de 2,0 milhões de toneladas, menores em 2,8% e 2,2%, respectivamente, comparativamente ao mês anterior. Estes decréscimos são decorrentes, em parte, das modificações nos dados da Região Nordeste, com destaque para a Bahia (-9,5% na área e –15,8% na produção) e Ceará (-6,2% na área e –10,0% na produção), como também em decorrência de reavaliações nos dados finais de colheita. Em Minas Gerais reavaliações pós colheita no norte e região central do Estado, onde ocorreu excesso de chuvas em algumas regiões e falta delas em outras, geraram perdas de áreas (-3,5%) e de produção (-0,7%). Em Santa Catarina, onde a produção caiu 6,3%, o excesso de chuvas propiciou a disseminação de doenças, conferindo retração, frente a fevereiro, de 6,5% no rendimento médio passando de 1.758 kg para 1.644 kg/ha, neste final de safra.

FEIJÃO (em grão) 2ª safra – A área a ser colhida de 1.308.967 hectares e a produção esperada de 1.266.946 toneladas, em relação a fevereiro, são menores em 3,3% e 9,5%, respectivamente com destaque para as quedas registradas nas regiões Nordeste e Sul, maiores produtoras. Na Região Nordeste, a retração de 18,3% na produção tem como causa principal a correção dos números da Paraíba (-15,1% na área e –49,0% na produção). Na região Sul, o Paraná, maior produtor nacional, informa uma área a ser colhida de 178.357 ha indicando um decréscimo de 3,9% e uma produção esperada de 318.549 t que diminui 4,5% frente à informação de fevereiro. Destaca-se ainda que em Santa Catarina houve reduções na área (31,7%) e na produção (34,7%). Além dos preços desfavoráveis as chuvas excessivas na fase de plantio provocaram a queda na área plantada.

FEIJÃO (em grão) 3ª safra – A terceira safra do produto ainda é baseada em projeções. A estimativa de produção, de 428,4 mil toneladas, não mudou em relação a fevereiro e corresponde a 11,6% do total da estimativa de produção.

MILHO (em grão) – A produção nacional do milho em grão em 2011, para ambas as safras, totaliza 56,3 milhões de toneladas, variação positiva de 2,0% sobre o mês de fevereiro.

MILHO (em grão) 1ª safra – Aguarda-se para o milho 1ª safra uma produção de 32,8 milhões de toneladas, acréscimo de 1,5% frente à estimativa anterior. A Região Sul foi a responsável por esse aumento registrando acréscimo de 6,1% na produção, como consequência da reavaliação no rendimento médio (+7,9%), apesar da área retrair 1,6%, frente à informação anterior. No Paraná, a colheita que foi iniciada no final do mês de janeiro totaliza, no momento, 55% dos 740.684 ha plantados. As condições climáticas favoreceram o produto e a produtividade vem superando as expectativas iniciais, razão pela qual foi reavaliada para 7.714 kg/ha, gerando um ganho de produção de 6,0% em relação a fevereiro. No Rio Grande do Sul, apesar da redução de 3,9% na área, a produção registra ganho de 7,8%, graças ao clima bastante favorável, notadamente, na metade norte do Estado com chuvas acima da média.

MILHO (em grão) 2ª safra – No que concerne ao milho 2ª safra, a produção deverá atingir 23,5 milhões de toneladas, 2,7% superior à informação de fevereiro. Este incremento deve-se às novas informações levantadas no Paraná e no Mato Grosso do Sul. No Paraná, a cultura do milho costuma ser plantada no período compreendido entre os meses de janeiro a abril, registra área 3,5% maior que a informada no mês passado, sendo que 95% se encontra plantada. A estimativa de produção, considerando um rendimento de 4.366 kg/ha, é superior à informação anterior em 3,4%. O Mato Grosso do Sul apresentou a primeira avaliação para esta cultura. Embora a área apresente diminuição de 1,2% a produção esperada cresce 10,1%, devido ao rendimento médio previsto de 3.700 kg/ha, que supera em 11,4% ao até então utilizado como projeção.

SOJA (em grão) – A produção esperada de 71,6 milhões de toneladas é 3,8% maior que a informação de fevereiro. O acréscimo se deve a reavaliação positiva de 3,5% no rendimento médio, função das condições climáticas permanecem favoráveis, nos principais centros produtores, com destaque para os estados sulinos que foram responsáveis, em termos absolutos, pelo aumento de cerca de 3,0 milhões de toneladas. No Paraná, segundo maior produtor nacional, a colheita encontra-se concluída em 82% da área prevista. As condições climáticas favoráveis à cultura majoraram em 5,3% a produção, para um rendimento médio de 3.260 kg/ha. No Rio Grande do Sul, com a colheita já próxima dos 30%, os prejuízos previstos com o La Niña não se confirmaram, os rendimentos médios atingiram patamares superiores aos da última avaliação em 24,2%. A produção esperada de 10.657.590 toneladas é maior que a última estimativa em 25,1%.

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1 Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

2 Caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale.


3 O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

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