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IMA fiscaliza a alimentação de ruminantes em mais de 100 propriedades

Desse total, não foram encontradas irregularidades em 79 estabelecimentos


Para evitar doenças como o Botulismo e a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) - popularmente conhecida como doença da “Vaca Louca” nos rebanhos, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizou durante o ano de 2011 a fiscalização da alimentação de ruminantes, como bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos em 104 propriedades do Estado. Desse total, não foram encontradas irregularidades em 79 estabelecimentos.


Das 104 ações realizadas, 29 partiram de denúncias e 75 correspondem a fiscalizações ativas. A meta para o ano era realizar pelo menos 45 operações em Minas. Durante o ano de 2010, foram realizadas 67 fiscalizações em todo o Estado, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Foram notificadas irregularidades, ou seja, a constatação da utilização da cama de aviário, também chamada de cama de frango, em 25 propriedades, o que ocasionou a interdição de 1.260 bovinos. Em 2011, não foram constatadas notificações de irregularidades na alimentação de ovinos, caprinos e bubalinos.

Os estabelecimentos notificados como irregulares estão localizados nas regiões de Pará de Minas, Curvelo, Uberaba, Poços de Caldas, Paraisópolis, Viçosa, Unaí e Divinópolis, locais considerados polos de avicultura no Estado ou que possuem bovinos criados em sistema de semi confinamento. Essas regiões possuem normalmente grande oferta e comércio ilegal de produtos que contenham proteína ou gordura de origem animal (cama de frango).

É função do IMA fiscalizar os alimentos consumidos por bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos em estabelecimentos de criação e acompanha a destinação dos animais que ingerem alimentos compostos por subprodutos proibidos.

São subprodutos de origem animal, a cama de frango, farinha de sangue, de carnes e ossos, de resíduos de açougue, dejetos de suínos, sangue e derivados, entre outros. Eles são proibidos por lei na alimentação de ruminantes e trazem sérios prejuízos aos produtores rurais e a bovinocultura nacional. A proibição é uma determinação do Mapa e ocorre desde 1996.

O produtor que utilizar esses subprodutos de origem animal para alimentar seu rebanho pode responder criminalmente por infringir leis federais, além de colocar em risco a saúde dos animais e da população como um todo.

Segundo o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, as constantes fiscalizações e inspeções visam a não utilização de produtos proibidos, diminuindo assim o risco de surgimento da EEB e outras enfermidades no Estado. “É necessário que em 2012 os produtores rurais continuem contribuindo e participando ativamente no combate ao uso da cama de frango e outros subprodutos de origem animal na alimentação de ruminantes. Já que, prevenir é a melhor opção no que diz respeito à sanidade animal no Estado”, explica.


Subprodutos de origem animal

O principal motivo da proibição desses produtos é o risco que oferecem à sanidade do rebanho nacional. Podem causar o Botulismo, uma doença ocasionada pela ingestão da toxina do Clostridium botulinum e que pode ser encontrada no meio ambiente, em carcaças de animais, fezes e até mesmo no tubo gastrointestinal de animais mortos. O Botulismo causa paralisia muscular do animal, levando-o à morte.

Outra doença causada pelo uso desses subprodutos é a “Vaca Louca”, que pode ser transmitida através de uma proteína chamada prion, presente em animais infectados. Esse prion está presente, normalmente, na cama de frango, visto que as aves podem se alimentar de produtos que contenham proteína e gordura de origem animal. Quando as aves se alimentam desse material, uma parte deste cai no chão (cama) ou saem nas fezes das aves. É esse o motivo da proibição do uso de cama de aviário.

Porém, o Brasil é considerado livre da doença da “Vaca Louca”. E o IMA, na intenção de preservar esse status, realiza a fiscalização de alimentos de ruminantes e monitoramento mensal de todos os bovinos importados por produtores de Minas, diminuindo, assim, o risco do surgimento da doença.

A ação torna-se ainda mais relevante porque o consumo de produtos de origem animal provenientes de bovinos contaminados com o príon representa risco para a saúde humana, visto que essa enfermidade é uma zoonose. No entanto, a cama de aviário pode ser utilizada de maneira legal, como adubo, na agricultura.

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