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Imea projeta cenário e faz avaliação

Aumento na produção do algodão e queda no milho são os principais pontos de destaque


Das principais commodities agrícolas produzidas em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta uma projeção significativa de aumento de 15,8% na área e 9,5% na produção do algodão e quedas de 18,75% e 10,34% na produção e área de milho, respectivamente, em Mato Grosso. 

Os dados fazem parte de um balanço da produção agropecuária de Mato Grosso em 2017 e as projeções para 2018 divulgados ontem pelo instituto em uma coletiva de imprensa no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). 

No caso do milho, diferentemente de 2017, cuja produção alcançou 30,45 milhões de toneladas, a perspectiva para 2018 é de que os produtores colham cerca de 24,74 milhões de toneladas. A produtividade deve ficar em média 97,1 sacas por hectare, ou seja, 9,37% a menos do que no ciclo anterior (107,1 sacas/ha). 

O atual cenário de preços baixos e incertezas climáticas são os fatores determinantes que irão desestimular a semeadura do milho. Além disso, conforme o gestor técnico do Imea, Ângelo Ozelame, o alto custo de produção continua pesando no bolso do produtor mato-grossense e isso, consequentemente, pode reduzir os investimentos em tecnologia. 

Em relação ao algodão, apesar de as condições climáticas da nova safra serem decisivas, a previsão para a cultura é animadora. A área e a produção irão aumentar, mas há uma leve perspectiva de queda de 5,40% na produtividade devido a fatores climáticos. Conforme o Imea, com a projeção de um cenário econômico mais restabelecido para 2018 no país, o setor têxtil deve continuar aquecido. 

No caso da soja, a estimativa para 2018 em Mato Grosso é de estabilidade na área, com um aumento de 0,17%. Mas existe uma expectativa de queda na produtividade de 2,31% e, consequentemente, uma queda na produção de 2,14%. “Porém ainda é uma produção bastante significativa para Mato Grosso, de 30,6 milhões de toneladas, apesar dessa queda na produtividade”, afirmou o gestor técnico do Imea Ângelo Ozelame. 

Há também uma expectativa de redução nos custos de produção de soja em comparação à safra passada, motivada, segundo Ozelame, pela queda no dólar. 

Na bovinocultura de corte, 2017 foi um ano turbulento para os pecuaristas de Mato Grosso com preços em queda no primeiro semestre. A queda foi bem expressiva devido a problemas que ocorreram fora da porteira, como a operação Carne Fraca da Polícia Federal, a delação do grupo JBS e o embargo dos Estados Unidos na compra da carne brasileira. Mas o segundo semestre foi de recuperação e o preço da arroba do boi deve terminar o ano acima de R$ 130,00. 

Para 2018, as expectativas de melhorias na economia brasileira podem movimentar a demanda interna por carne. Além disso, a demanda crescente da China, Hong Kong e Irã deve manter as exportações da proteína animal aquecidas. 

De acordo com Ozelame, com uma maior quantidade de fêmeas descartadas, o abate total de bovinos em Mato Grosso pode crescer em relação a 2017. 

No setor lácteo a atenção deve ser com a perspectiva de preços estáveis. No entanto, há mais possibilidade de queda do que de alta. Existe uma instabilidade quanto à produção e custo devido aos riscos climáticos. 

CONJUNTURA ECONÔMICA – No cenário nacional, a previsão para 2018 sob o ponto de vista econômico é positiva. O Produto Interno Bruto (PIB) inicia o ano com uma projeção de crescimento de aproximadamente 2,6%. Há uma tendência de estabilidade nas taxas de juros, incentivando assim os investimentos na economia do país. 

“Este deve ser um ano positivo para o Brasil. Com a recuperação, principalmente, dos empregos e isso beneficia o agronegócio brasileiro, especialmente de Mato Grosso. Esse é um cenário muito mais positivo do que foi 2017, porém, cheio de desafios”, confirmou o superintendente do Imea, Daniel Latorraca. 

Também participaram da coletiva o presidente do Sistema Famato, Normando Corral, o vice-presidente Francisco de Castro, o diretor administrativo e financeiro, Vilmondes Tomain, e de relações institucionais, José Luiz Fidelis. 

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