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Implante dentário para vacas aumenta a produtividade do animal

Ténica já é usada há anos no Norte da Argentina


O implante dentário em vacas, uma novidade no Brasil, mas já usada há anos no Norte da Argentina, pode aumentar a média de vida do animal em até dez anos, além de melhorar a produção de bezerros e o ganho de peso da matriz. A técnica foi repassada ao grupo de brasileiros na última terça-feira, 24, no distrito de Castelli, Argentina, pelo especialista em mercado agropecuário e produtor rural da região, Ignacio Iriarte. O grupo de produtores rurais brasileiros está em uma Missão técnica de gado de corte no país desde o início da semana.

Na propriedade de Ignacio os produtores puderam ver de perto o manejo do rebanho naquela região, da raça Aberdeen Angus, e destacaram algumas diferenças nas técnicas adotadas pelos portenhos e nas utilizadas pelos goianos. A idade do animal no abate foi um dos aspectos que mais chamou a atenção do grupo. Na Argentina, os animais são abatidos com cerca de um ano e três meses de vida, o que aumenta a rentabilidade do produtor já que o animal e comercializado mais cedo. No Brasil, o gado é vendido para os abatedouros depois de dois anos e meio de vida.

Outro quesito que chamou a atenção dos brasileiros foi a diferença de pagamento pelo peso do animal. Lá, quanto mais leve o garrote melhor o preço. No Brasil, ocorre o inverso. A castração também é feita mais cedo que no Brasil. Na propriedade de Ignacio, os animais são castrados com apenas três meses de vida, no Brasil a técnica ocorre com, no mínimo, 15 meses. Ele conta que a raça criada na propriedade, a Aberdeen Angus, não é de elite para o corte, mas está perfeitamente adaptada às condições de clima e pastagem da região.

Todas essas medidas fazem o produtor ter um rendimento de 30% do valor comercializado. “E houve épocas em que lucrávamos 50%”, contabiliza. A taxa de mortalidade também impressionou os produtores brasileiros. Ignacio alcança índices em torno de 1% de mortalidade do animal na fase adulta e apenas 7% da desmama até a prenhes. Números considerados extremamente baixos para os padrões brasileiros que chegam a 20%.

O especialista e produtor argentino Ignacio conta que produz uma média de oito mil bovinos por ano. Ele trabalha em uma área de 2,2 mil hectares, destes, apenas 1,6 mil é com pasto. Com uma pastagem fraca, capim praticamente rapado, terreno de baixa quantidade de nutrientes e acometida de 60 geadas por ano, Ignacio afirma que faz uma suplementação nutricional para balancear a alimentação do rebanho e garantir melhor ganho de peso do gado. “A pastagem fica muito castigada no inferno e tenho que suplementar a dieta do rebanho sete meses no ano”, comenta.

Mas ele afirma que a intensificação da dieta por silagem ajuda seu rebanho a ganhar cerca de um quilo por dia a primavera. Mas nem tudo são flores na propriedade de Ignacio. Ele comenta que a terra e a pastagem sofrem muito com as constantes geadas e com as doenças comuns no inverno. Seguindo o cenário de baixa exportação de produtos agrícolas argentinos, toda a produção de Ignacio é comercializada para o próprio mercado interno. O grupo de produtores goianos de gado para corte se encontrou nessa quarta-feira, 25, com outro grupo de produtores de grãos, também em missão técnica pelo país e seguem juntos para mais atividades no Uruguai, até o fim da semana.

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