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Importação de fertilizante árabe cresce 273%

Receita foi de US$ 94,7 mi no trimestre


As vendas de fertilizantes de países árabes ao Brasil tiveram receita de US$ 94,7 milhões no trimestre. O avanço veio principalmente do Marrocos. A Tunísia, fornecedora tradicional, não exportou

São Paulo – As importações brasileiras de fertilizantes do mundo árabe avançaram 273% no primeiro trimestre deste ano sobre o mesmo período do ano passado e chegaram a US$ 94,7 milhões. De acordo com Tomás Huyer, diretor da Intertrade Group, empresa que trabalha com importação do produto da região, o que aconteceu foi uma antecipação de compras por parte do mercado brasileiro.


“Como os grãos estão com preços muito bons, os agricultores venderam bem e já estão comprando [fertilizante] para o ano seguinte”, diz, complementando que isso foi feito principalmente nos estados do Paraná e Mato Grosso.

De fato, o Brasil não aumentou as suas importações de adubos e fertilizantes apenas do mundo árabe, mas do mundo como um todo. Entre janeiro e março, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as compras do produto no exterior somaram US$ 1,3 bilhão, com avanço de 71% sobre os US$ 761,3 milhões dos mesmos meses de 2010. Em volume houve um crescimento de 41% para 3,5 milhões de toneladas.

Esse crescimento menor do volume do que da receita ocorreu porque os fertilizantes estão com valores elevados, lembra Huyer. Do mercado árabe, por exemplo, enquanto os gastos com a importações aumentaram 273%, a quantidade embarcada avançou 169% para 212 mil toneladas. O maior fornecedor da região foi o Marrocos. As vendas do país ficaram em US$ 53 milhões, com alta de 114%. Entre os árabes também venderam fertilizantes ao Brasil o Catar (US$ 17 milhões), o Egito (US$ 12 milhões) e Omã (US$ 11,7 milhões).

A Tunísia, que sempre foi um tradicional fornecedor, não figurou na lista. O país, explica Huyer, parou de exportar desde que passou por problemas sociais, que resultaram em troca de governo. Segundo ele, só agora, após três meses, eles devem retomar as exportações. Tanto que neste período, o mercado brasileiro foi buscar um tipo de fertilizante vendido pela Tunísia, o GTSP, de fosfato, na China. Os chineses avançaram de US$ 644 mil em exportação ao Brasil para US$ 84,6 milhões. Mas isso deve mudar. Huyer afirma que o mercado vai voltar a comprar da Tunísia, já que o produto chinês é de qualidade inferior.


Também venderam fertilizantes e adubos ao Brasil em grandes quantidades, no primeiro trimestre, a Rússia (US$ 265,9 milhões), Belarus (US$ 193 milhões), Canadá (US$ 168,5 milhões), Estados Unidos (US$ 137 milhões), Ucrânia (US$ 94,8 milhões), Alemanha (US$ 76 milhões) e Israel (US$ 47 milhões). Os demais fornecedores faturaram valores inferiores a US$ 20 milhões. Os países árabes exportaram para o Brasil principalmente uréia com teor de nitrogênio e diidrogeno-ortofosfato de amônio.

Os dados acima se referem a produtos classificados como "Adubos e Fertilizantes" pelo Ministério do Desenvolvimento. Não incluem, por exemplo, produtos químicos inorgânicos, como fosfatos de cálcio e trifosfato de sódio, ou enxofre, que também são usados como fertilizantes ou como insumo do produto. Em fosfato de cálcio e trifosfato de sódio, o Brasil importou dos árabes US$ 22,2 milhões entre janeiro e março contra US$ 25 milhões nos mesmos meses de 2010. Em enxofre, o Brasil importou US$ 19 milhões.

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