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Importações de trigo argentino preocupa triticultor gaúcho

O setor reivindica medidas para controlar a entrada do produto argentino no Brasil


Os produtores gaúchos estão preocupados com a "inundação" de trigo argentino no Brasil. O país vizinho já acertou a venda de 8 milhões de toneladas do grão, além de 600 mil toneladas de farinha (o que equivale a cerca de 800 mil t de trigo in natura). "Juntos, esses produtos totalizam quase 9 milhões t, enquanto a demanda interna é de 10,5 milhões t. O que vamos fazer com o nosso trigo?", indaga o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim. A situação fica ainda mais delicada em um ano de safra cheia. Segundo levantamento da Conab, a produção brasileira deve ter crescimento de 71,8%, passando de 2,23 milhões de t para 3,84 milhões t.

O que mais preocupa, explica o dirigente, é a falta de condições de concorrer com o trigo vindo de fora. O pedido de soluções foi o tema da Carta do Trigo, elaborada em maio passado e enviada a autoridades do governo do Estado e da União. Os triticultores reivindicam medidas para controlar a entrada do produto argentino no Brasil e pedem uma solução definitiva para reduzir o custo de produção nacional, de modo a tornar o trigo competitivo e estimular o plantio. O documento reforça que o custo dos insumos vem onerando cada vez mais o produto. O princípio ativo metsulfurom metílico, por exemplo, custa 62 dólares/kg para o produtor argentino e 675 dólares ao brasileiro. A entrada do trigo argentino também interfere na correção do preço mínimo. "Como o governo sabe que o país vai estar abastecido, não há reajuste", diz.

A questão também preocupa a indústria. De acordo com o presidente do Sinditrigo, Cláudio Furlan, em 2005, a Argentina exportou 279 mil toneladas de farinha de trigo para o Brasil, montante que saltou para 345 mil t em 2006 e deve totalizar 600 mil t este ano. "Além disso, é muito ruim criar dependência".

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