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INB e Galvani vão explorar urânio e fosfato no CE

As Indústrias Nucleares do Brasil e o Grupo Galvani assinam na próxima quinta-feira o contrato que viabilizará a exploração da jazida de Itataia


Rio - As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e o Grupo Galvani assinam na próxima quinta-feira o contrato de R$ 800 milhões, que viabilizará uma inédita parceria no Brasil, para a exploração da jazida de Itataia, situada no município de Santa Quitéria, no Ceará. A partir deste contrato será explorado o urânio que se encontra associado ao fosfato no local. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende e o governador do Ceará, Cid Gomes, estarão presentes à solenidade de assinatura, que acontecerá no Palácio Iracema, em Fortaleza.

Segundo informações da assessoria de imprensa da INB o empreendimento vai impulsionar a produção de fertilizantes agrícolas, a partir do fosfato, e a geração de energia elétrica a partir do urânio. A previsão é que a operação do Consórcio Santa Quitéria quadruplique a produção de concentrado de urânio, usado pela INB na produção do combustível nuclear, e um aumento de 10% na produção brasileira de fosfatados.

Na jazida de Itataia, o fosfato está associado ao urânio, cujo monopólio para exploração, utilização e comercialização é da União, ficando o fosfato com a Galvani. Segundo o presidente da INB, com a mineração em Santa Quitéria, o Brasil terá mais 1.600 toneladas anuais de urânio, o que permitirá a empresa atender à demanda das novas usinas nucleares a serem construídas no País de acordo com o Programa Nuclear Brasileiro. Já a partir de 2014 é prevista uma demanda crescente com a entrada em operação da usina de Angra 3, que consumirá 270 toneladas de urânio a cada 14 meses. Atualmente, a produção da mina de Caetité, na Bahia, supre as necessidades das duas usinas de Angra, que consomem um total 440 toneladas a cada 14 meses.

O Projeto Santa Quitéria, com previsão para entrar em operação em 2012, deve gerar cerca de três mil empregos - entre diretos, indiretos e associados - devido à implantação das atividades básicas e de apoio que se instalarão na região. A previsão é de que a capacidade nominal do Projeto Santa Quitéria na fase inicial seja de 180.000 toneladas por ano de fosfatados, e na fase final de 240.000 toneladas por ano, correspondendo na primeira fase a uma produção de 1.200 toneladas por ano de concentrado de urânio, e para a segunda fase uma produção de 1.600 toneladas por ano. O contrato entre as empresas terá duração de 25 anos.

Grupo familiar brasileiro da área de fertilizantes, a Mineração Galvani venceu a licitação realizada pela INB para ser sua sócia na exploração das jazidas. O modelo de negócio é inédito, pois será a primeira parceria da INB com um grupo privado, mas não quebra o monopólio estatal da exploração de urânio no País, garantido pela Constituição. Segundo analistas do setor, a vitória da Galvani surpreendeu, pois a empresa concorreu com grandes como a Vale e a Bunge. Mas, segundo estes analistas, pesou no processo o fato da companhia produzir fosfato no Nordeste e ter um porto em Fortaleza.

Hoje, a Galvani tem oito unidades espalhadas pelo País. Além do porto de Mucuripe, em Fortaleza, possui também uma unidade industrial de Maruim (SE), duas unidades de mineração na Bahia, uma unidade de mineração em Minas Gerais, outra no complexo industrial em Alto Araguaia além do complexo industrial em Paulínia (SP).

Santa Quitéria tem a maior mina de urânio associada ao fosfato do País, com reservas geológicas estimadas de 142.500 toneladas de urânio e de 8,3 milhões de toneladas de óxido de fósforo e mais 300 milhões de metros cúbicos de mármore.

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