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Incaper promove curso online para técnicos sobre a cultura do morango

Incaper promove capacitação na cultura do morango, de 10 a 13 de novembro, das 9 às 11h


Foto: Marcel Oliveira

A Coordenação de Produção Vegetal do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), promove capacitação na cultura do morango, de 10 a 13 de novembro, das 9 às 11h. As inscrições podem ser feitas por aqui.

Conforme o coordenador de Produção Vegetal do Incaper, Luis Fernando Favarato, essa será a sétima capacitação em fruticultura realizada este ano. “Esse evento faz parte de um programa de retomada da fruticultura no Estado do Espírito Santo, onde para cada cultura são realizadas várias ações de pesquisa, extensão, capacitação e futuramente cursos para produtores, montagem de unidades de referência, entre outras. “Nesse projeto, chamado de InovaFrut – serão trabalhadas as 11 principais fruteiras do Estado, onde vamos analisar seus principais problemas, buscando soluções como aumento de produtividade, expansão de área. As culturas são analisadas individualmente para decidirmos que ações tomar”, explica Favarato.

A última do ano será essa de morango, feita com parceiros como Embrapa, Universidades e empresas privadas. “Estamos capacitando nossos técnicos da extensão e assim, esperamos atingir a melhor qualidade de atendimento ao produtor. Na sua região, no seu município, nosso técnico estará apto a transmitir o que é o melhor da fruta hoje”.

Conforme Favarato, o morango é cultura chave para o Estado, principalmente na região Serrana, em Domingos Martins, Santa Maria do Jetibá, Venda Nova do Imigrante e já com expansão na região de Iuna, região forte em café, que busca a diversificação. “A cultura do morangueiro exige inovação, principalmente novas variedades adaptadas às condições do estado. Um problema sério, a nível nacional, são as mudas, que são importadas principalmente do Chile”, diz. 

Para Andrea Costa, do Incaper, essa frutao tem grande importância socioeconômica e gera renda, principalmente, na época de entressafra para a maioria das culturas. “A maioria dos produtores de morango são agricultores familiares, assim, tem importante papel social, ajudando na fixação do homem no campo e evitando o êxodo rural”, explica Andrea.

Andrea esclarece que a fama de ter resíduos químicos tóxicos não é realidade nas propriedades em que os agricultores têm assistência técnica qualificada, pois conseguem fazer o correto manejo de doenças e pragas utilizando o mínimo de agrotóxicos, ou em alguns casos, nem utilizam estes produtos. “Na atualidade, há muitas caldas naturais que são usadas para o controle de pragas e o próprio sistema de cultivo protegido evita diversas doenças. Por isso, são necessários o treinamento e atualização de técnicos que trabalham diretamente com agricultores, para que possam dar assistência técnica de maneira mais eficiente, visando à sustentabilidade da agricultura e ao respeito ao meio ambiente”.

A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Fagoni Calegario, irá ministrar palestra sobre “Produção Integrada do morango (PIMo) no Brasil” em 12 de novembro. Irá abordar as origens do Programa PIMo no país, os conceitos e a importância da produção integrada, o pioneirismo da certificação em São Paulo, os avanços e desafios e a situação nos estados. A professora Maria Aparecida Cassilha Zawadneak, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), completará falando sobre os avanços da PIMo no Paraná.

Além de abordar a Produção Integrada no Brasil, o curso contará também com discussões sobre a cultura do morango hidropônico na região serrana do ES, doenças e pragas do morangueiro, experiência em morango orgânico e pós-colheita.

Para Fagoni, é muito importante participar desse evento com o Incaper, instituição que colaborou para a criação da Produção Integrada de Morango no Brasil. 

“No seu corpo técnico, extremamente qualificado, está o colega Helcio Costa, que considero a maior autoridade em identificação e controle de doenças de morango do país. Ele e a professora Maria Aparecida Zawadneak, grande entomologista que trabalha com identificação e manejo de pragas do morangueiro, são parceiros cotidianos e incondicionais do Programa de Produção Integrada de Morango (PIMo)”, comenta Fagoni.

Para Helcio Costa, a cultura do morango no ES é importante porque é de base familiar, e em áreas pequenas o produtor consegue se manter. “Temos muitos pequenos produtores familiares, com 5 a 10 mil pés de morango. Estamos avançando muito no sistema semi-hidropônico, que favorece a colheita e diminuiu a minha parte, que são as doenças.”

“O pessoal está preocupado com a rastreabilidade. São por volta de 1.300 produtores e essa cultura demanda muita informação técnica, as mudas são importadas e o custo de implantação é muito alto. Mas a geração de renda para a agricultura familiar é o grande incentivo. Aprendi muito com os produtores e o curso irá ajudar a tirar dúvidas, sempre com a parceria da Embrapa”, afirma Helcio.

O evento trará também uma palestra de José Mauro Balbino, do Incaper. “É interessante perceber que muitas parcerias que surgem na academia nos seguem por toda carreira, sempre colaborando, enfatiza Fagoni. Sem todos esses parceiros não teríamos conseguido todos os avanços obtidos até o momento”.

Para a pesquisadora, que admira muito o Incaper por ser um instituto que associa atividades de pesquisa com extensão rural, é uma satisfação constatar que seus técnicos aplicam no campo os conhecimentos científicos de uma forma simples e prática, levando esses conhecimentos ao produtor rural. 

Fruticultura no Estado

O Espírito Santo possui uma área plantada de aproximadamente 300 hectares de morangueiro, com uma produção em torno de 10.000 toneladas de frutas, concentrada nos municípios de Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante, Santa Maria de Jetibá e Afonso Cláudio, considerados como a região do Polo de Morango no Estado.

O Comitê Gestor do Polo de Morango da Incaper desenvolve ações em busca da manutenção efetiva da produtividade e qualidade do morango capixaba, com a implementação de boas práticas agrícolas, que vão desde o monitoramento da produção até o acompanhamento do processo de comercialização. O monitoramento visa a minimização do uso de agroquímicos, para maior cumprimento das premissas da Produção Integrada de Morango.

Todo o trabalho está voltado para a organização da cadeia produtiva do morango, compartilhando responsabilidades com todos os atores, visando renovar positivamente a imagem desse produto tão importante para o Estado, lembrando que o morango contribui efetivamente para compor a renda dos agricultores de base familiar envolvidos com as atividades do agroturismo e da agroindústria da região de Montanhas do Espírito Santo.

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