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Incêndio destrói cinco mil hectares de floresta do Pará

Depois de quatro dias de combate às chamas, o cenário é desolador na Fazenda Pioneira


Depois de quatro dias de combate às chamas, o cenário é desolador na Fazenda Pioneira, no município de Marabá, sudeste do Pará. O fogo destruiu os quase 5 mil hectares da área, inclusive a Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), localizada na fazenda, de propriedade do Grupo Cosipar. O prejuízo ambiental é incalculável. Segundo a empresa, todos os indícios apontam para um incêndio criminoso, que teria iniciado por ação de invasores que ocupam a fazenda desde 2007.

O gerente da Carajás Florestal, empresa que administra a fazenda Pioneira, Geraldo Diniz, acompanhou a ação do corpo de bombeiros no local. Ele informou que além da RPPN, reconhecida pelo Ibama, os milhares de hectares da reserva legal também foram queimados pelo fogo. A área destruída equivale a cinco mil campos de futebol. “Estamos falando de centenas de milhares de árvores nativas destruídas, inclusive castanheiras. Prejuízo para a flora e também para a fauna da região”, afirmou Geraldo.

Diversos órgãos estaduais e federais foram informados da ocorrência do incêndio, entre eles Ibama, Governo do Pará, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Incra, Ministério Público Federal e Estadual e Conselho Nacional de Justiça. Até agora, nenhum deles tomou providências sobre o ocorrido.

“Em maio deste ano, foi acionada a Justiça Agrária de Marabá para denunciar atos de vandalismo, furto e pequenos incêndios na fazenda. Pedimos uma ação efetiva para retirada dos invasores, que ocupavam irregularmente a área. Mas nada foi feito”, explicou José Antônio Losada, gerente Jurídico do Grupo Cosipar.

Economicamente, o prejuízo ultrapassa R$ 36 milhões. Além das áreas de preservação permanente, o fogo iniciado pelos invasores destruiu 300 mil metros cúbicos de madeira do programa de Suprimento Sustentável da empresa. Isso representa 150 mil metros cúbicos de carvão vegetal próprio, que deixarão de abastecer os Altos Fornos da Companhia Siderúrgica do Pará para a produção de ferro gusa.

ACORDO DESCUMPRIDO

Em dezembro de 2009, os invasores assinaram um acordo com o Grupo Cosipar durante o 1º mutirão fundiário promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Eles prometeram deixar a área invadida, uma vez que a perícia realizada comprovou que a fazenda era 100% produtiva e que preservava sua reserva legal. Mas não cumpriram. O acordo assegurava a empresa dar solução ao problema depois de mandados de reintegração de posse da área terem sido expedidos pela justiça e não serem cumpridos.

A Pioneira é a segunda fazenda invadida do Grupo Cosipar. Em 1994, a fazenda São José foi invadida pelo MST. A área tinha 19 mil hectares destinados a reflorestamento e manejo florestal. Durante 13 anos, a empresa exauriu todas as vias administrativas e legais aguardando o pedido de reintegração de posse. Em 2007, o Incra, contrariando a Lei determinou a desapropriação da área, mesmo estando invadida.

A lentidão e indefinição do processo prejudicaram gravemente o andamento do programa de Suprimento Sustentável do grupo. “Se somarmos o que foi destruído na Pioneira e na São José, podemos falar que deixamos de produzir carvão vegetal próprio suficiente para abastecer a Cosipar durante 23 meses. A direção da empresa busca a autossustentabilidade, mas como fazer isso nessa incerteza e sem o suporte e garantia da lei vigente?”, questiona Losada.

As informações são da assessoria da Cosipar. (Diário Online)

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