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Indea descarta possibilidade de febre aftosa em bovinos

Doença com sintomas parecidos acometeu animais de propriedade no norte de MT


Doença com sintomas parecidos acometeu animais de propriedade no norte de MT

A possibilidade de focos de febre aftosa em bovinos mato-grossenses foi descartada pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT). Em nota divulgada no final da tarde de ontem (21), o órgão esclarece que amostras de dois animais doentes, provenientes de uma fazenda no município de Castanheira (779 quilômetros ao norte do Estado), foram encaminhadas para exame no Laboratório de Referência Nacional do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Minas Gerais (Lanagro/MG), confirmando na verdade a presença de estomatite vesicular.


A doença se assemelha à febre aftosa e ambas são virais e zoonoses, ou seja, transmissíveis ao homem. No entanto, a aftosa é a principal barreira sanitária no mundo para o consumo da carne e seus subprodutos. Mato Grosso detém o maior rebanho bovino do país. Há 18 anos, Mato Grosso não registra nenhum caso da doença e possui status internacional de ‘livre com vacinação’.

De acordo com o Indea/MT, a sintomatologia clínica dos animais doentes e os resultados laboratoriais realizados até agora reforçam a suspeita inicial de estomatite vesicular. Por isso, exames complementares estão sendo processadas pelo Lanagro/MG. Também foi dado início às ações de redução de risco, entre elas: desinfecção de instalações e restrição de trânsito animais vivos, produtos e subprodutos de origem animal. O Instituto iniciou as investigações em 139 propriedades e, até o momento, 49 foram interditadas para análises laboratoriais complementares.

AVALIAÇÃO - Os procedimentos adotados para isolamento do caso de estomatite vesicular detectado em animais bovinos de Mato Grosso devem minimizar os impactos no mercado. As medidas de segurança executadas no Estado para o controle da doença atendem o padrão exigido pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), bem como para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a situação coloca em alerta o setor para o contínuo monitoramento da sanidade do rebanho. “Os produtores continuam fazendo a sua parte. Temos a obrigação de manter a qualidade da carne bovina exigida pelos mercados compradores”. Ele acredita que não haverá grandes prejuízos, já que foi descartada a ocorrência de febre aftosa nesses animais. Conforme ele, a interdição de 49 propriedades rurais na região faz parte do controle sanitário exigido neste caso. "Fizemos a nossa parte, tomando todas as medidas adequadas, evitando grandes prejuízos", diz.

A coordenadora de Controle de Doença dos Animais do Indea/MT, Daniela Soares, destaca que uma vez acionadas as instâncias superiores, em virtude do Estado de Alerta, foi convocado o Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas para tomar as medidas necessárias. De acordo com ela, estão sendo executas ações de mitigação de risco, principalmente a desinfecção de instalações e restrição de trânsito de animais vivos, produtos, subprodutos de origem animal.


Em junho deste ano, o serviço veterinário oficial do município de Castanheira identificou em uma propriedade rural um muar – animal resultante do cruzamento de um jumento com uma égua – com sinais clínicos compatíveis com a síndrome vesicular. A equipe realizou a inspeção clínica em todos os animais da propriedade, coletou amostras dos que apresentavam sintomas e interditou o local. Durante a investigação foi verificado que os dois animais com sintomatologia detectados na propriedade pertenciam à carga proveniente de outro estado, explica a superintendente do Indea/MT, Maria Auxiliadora Diniz.

DOENÇA - A estomatite vesicular (EV) é uma doença pecuária das Américas, devendo os rebanhos afetados serem submetidos ao isolamento até o final do curso da doença. A EV é semelhante a três doenças animais: febre aftosa, doença vesicular dos suínos e exantema vesicular dos suínos. O diagnóstico diferencial dessas doenças é importante, já que um diagnóstico errado poderia mascarar a disseminação de uma doença exótica. O diagnóstico precoce também é importante na contenção dos focos de EV. As espécies afetadas no Brasil são os cavalos, jumentos, mulas e burros, bovinos, suínos, e humanos. Ovinos e caprinos são relativamente resistentes e raramente demonstram sinais clínicos.

EMBARGOS – Desde a confirmação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – mais conhecido como ‘mal da vaca louca’ -, no Estado, no início de maio, alguns países restringiram as importações de carne bovina e subprodutos. Anunciaram embargos comerciais: Peru, Egito, Arábia Saudita, Argélia e Irã. A maioria suspendeu o comércio com Mato Grosso por 180 dias. (Com assessoria)

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