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Indefinição paralisa suinocultura catarinense


A indefinição da negociação com a Rússia para retomada das exportações está paralisando os projetos da suinocultura e provocando uma retração nos investimentos do setor. O presidente da Aurora, Faesc e Sindicarnes, José Zeferino Pedrozo, disse que as agroindústrias estão esperando uma posição dos russos para decidir se vão investir em ampliações ou reduzir os plantéis.

As estratégias do Estado com relação à missão, agora prevista para o dia 17 de fevereiro, foram redefinidas em reunião realizada na sexta-feira entre técnicos, representantes dos produtores e das agroindústrias. No encontro, realizado na Secretaria da Agricultura, ficou definido que o diretor de Vigilância e Defesa Agropecuária, Roni Barbosa, deverá elaborar dois dossiês sobre a situação do Estado em relação à aftosa e aujeszky.

Pedrozo será o responsável por marcar reuniões com empresários importadores e exportadores no Brasil. Já o diretor de Relações Industriais da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Henry Quaresma, ficará responsável por levantar informações sobre passagens e hospedagem da comitiva que vai para a Rússia.

O secretário de Agricultura, Moacir Sopelsa, disse que se for necessário, o governo do Estado vai reivindicar a intervenção do presidente Luis Inácio Lula da Silva na questão. Sopelsa reconheceu que a questão é urgente pois o prejuízo para o Estado com a suspensão dos negócios aumenta a cada dia. A estimativa é de perdas mensais de US$ 30 milhões.

A preocupação da Associação Catarinense de Criadores de Suínos é de que os estoques aumentem demais, prejudicando a remuneração dos produtores, já que as agroindústrias seguem o abate normal. Como o volume de exportação para a Rússia é muito grande - cerca de 80% das exportações do setor em Santa Catarina -, a retomada ou não das vendas é que vai ditar a política a ser seguida. “Precisamos de uma resposta logo”, disse José Zeferino Pedrozo.

Para o presidente da Faesc, falta uma decisão mais forte do governo federal, um telefonema entre ministros, para que a questão seja resolvida. O diretor de Agropecuária da Chapecó Alimentos, Vilmar Pedotti, ratificou a posição de Pedrozo, em virtude dos graves prejuízos que a suspensão das exportações trouxe para toda a cadeia produtiva. No caso da Chapecó Alimentos, o impacto foi ainda maior. A empresa estava utilizando as exportações em dólar para saldar dívidas com fornecedores e acabou perdendo essa fonte de renda e agravando a situação. Na unidade de Chapecó, cerca de mil carcaças por dia eram destinadas para a Rússia. Pedotti afirma que a maior fatia da exportação era para aquele mercado, e agora as câmaras frias estão cheias.

Além de perder dólares, as agroindústrias aumentam os custos pela necessidade de terceirizar a estocagem a frio. “Isso agrava o nosso prejuízo”, avaliou Pedotti. Ele disse que a estratégia momentânea é readequar o mercado interno ou reduzir os abates, para evitar o excesso de carne. Ele afirmou que enquanto não houver uma definição nas exportações, a instabilidade do setor deve continuar.

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