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Indefinição sobre transgênicos gera revolta em entidades do Rio Grande do Sul


Era para ser apenas uma festa, mas a abertura da colheita do arroz, ontem (11-03), em São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, virou palco para um veemente desagravo dos produtores de soja gaúchos, ameaçados de verem a safra de 8,5 milhões de toneladas embargada pelo governo federal, porque se acredita que mais de 70% dos grãos sejam transgênicos, e, portanto, ilegais. "Não vamos aceitar o carimbo de contrabandistas de sementes e de criminosos que querem nos impor", reagiu o secretário da Agricultura, Odacir Klein.

Klein alertou que a "criminalização" da safra gaúcha pode depreciar os preços e criticou a proposta do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de liberar o grão colhido aqui apenas para exportação. "Vamos ter de importar soja do Paraná, que também é transgênica, para a avicultura e a suinocultura?", questionou.

"Existe soja transgênica em todos os Estados produtores. Se existe ilegalidade, todos estão na ilegalidade, e não apenas o Rio Grande do Sul", bradou o governador Germano Rigotto. O governador condenou as restrições que impedem até a pesquisa de transgênicos. A exemplo de outras autoridades e lideranças do setor, defendeu a rotulagem para que o consumidor possa distinguir entre o que é e o que não é transgênico. Pressionado, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que a Advocacia Geral da União estuda um instrumento jurídico de caráter administrativo para resolver a venda da safra. A medida deve ser anunciada nos próximos dias.

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