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Indígenas passam a integrar quadro de instrutores do Senar/MS

Entre os aprovados, está o técnico em horticultura, Joãozinho da Silva


O quadro de instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS - Sistema Famasul) ganhou recentemente o reforço de 20 novos instrutores. O diferencial do resultado deste processo seletivo é que três indígenas da etnia Terena estão entre os selecionados e agora podem ministrar os cursos oferecidos pelo Senar aos produtores rurais do Estado, inclusive os oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). 

 
Entre os aprovados, está o técnico em horticultura, Joãozinho da Silva, que soube da seleção através de jornais e decidiu se inscrever sem sequer contar o fato  na aldeia Ipegue, em Aquidauana, onde reside. "Quando fiquei sabendo, decidi participar, mas não comentei com ninguém. Sempre admirei o trabalho do Senar, por colaborar com o crescimento de quem trabalha no campo. Agora, vou utilizar o que  aprendi nesta capacitação para levar conhecimento à minha comunidade e colaborar para aumentar a profissionalização. O que aprendi aqui foi muito além do esperado", ressalta o novo instrutor.
 
Da aldeia Taboquinha, em Nioaque, os primos Wesley Marques da Silva e Luiz Ângelo Marques da Silva, também  foram selecionados. Ambos são técnicos agrícolas e souberam do processo seletivo durante uma capacitação do Senar que está ocorrendo na aldeia. "Na nossa comunidade há muita vontade de aprender e a expectativa de todos é muito grande. Vamos atuar em todo o Estado, mas nosso maior desejo é levar conhecimento às aldeias e levar a todos esses novos conhecimentos que aprende os aqui. Estão todos muito ansiosos e também felizes porque o Senar já levou cursos para a aldeia e os resultados são ótimos", revela Wesley Marques da Silva.
 
Esta é uma nova fase, onde as capacitações chegarão com maior penetração nas aldeias e áreas indígenas do Estado, aliando o trabalho de capacitação e qualificação profissional, desenvolvido pelo Senar, com o respeito e manutenção da cultura, costumes e realidade das aldeias. A também indígena Tainá Terena já faz parte do quadro de instrutores da entidade. Ela foi qualificada em processo seletivo anterior.
 
Durante a capacitação da última semana, os novos instrutores receberam 40 horas de treinamento, onde eles conheceram a atuação do Senar, importância do trabalho realizado e acima de tudo, a importância da humanização no contato com os futuros alunos, como detalha o instrutor do Senar Central, Ricardo Marin. " Eles aprenderam aqui, entre outras coisas, como deve ser a atuação do educador no campo. Esta é uma das etapas mais importantes do processo".

 
Para a coordenadora da Unidade Educacional do Senar/MS, Maria do Rosário de Almeida, a capilaridade dos cursos desenvolvidos pela instituição só é possível graças à atuação positiva dos instrutores. "Vamos até o aluno e isso acontece graças à dedicação e atuação profissional dos nossos instrutores", destaca.

Indígenas - Em 2013, o Senar investiu na qualificação profissional indígena, com a realização de cursos de horticultor orgânico e produtor de mandioca, realizados através do Pronatec, em três aldeias de Aquidauana, onde os participantes apresentaram satisfação com o resultado. Estas turmas receberam os certificados no dia 24 de setembro. Em setembro e outubro, novas capacitações tiveram início em aldeias de Nioaque e Juti e para o próximo ano estão previstas mais três diferentes capacitações nas aldeias do Estado.

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